Por Heraldo Palmeira
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21 de novembro de 2024

2002 Brasil nas Copas

Bola Fevernova (Copa 2002)/Divulgação

2002 Brasil nas Copas

  • Sylvio Maestrelli

A Copa do Mundo de 2002 foi realizada na Coreia do Sul e Japão. Vencedor: Brasil.

A final Brasil 2×0 Alemanha foi especial para a Seleção Brasileira, que viajou desacreditada. Foi o primeiro Mundial realizado na Ásia e tendo dois países-sede. O Brasil ganhou o pentacampeonato – pela primeira vez na história um país conquistava cinco Copas do Mundo – e a campanha marcou também o ressurgimento de Ronaldo Fenômeno, depois de gravíssima lesão, que marcou os dois gols contra os alemães.

Depois de ter sido vice-campeã em 1998 na França, a Seleção Brasileira teria de disputar as Eliminatórias para chegar ao Mundial Japão/Coreia 2002. Desde as Eliminatórias anteriores (que não disputamos por sermos campeões da Copa 1994), o formato da competição havia mudado: todos os países da América do Sul deveriam jogar contra todos, em turno e returno, de 2000 até o final de 2001. Os quatro primeiros colocados iriam direto ao Mundial e o quinto passaria por uma repescagem. Embora contasse com uma safra de ótimos jogadores, a Seleção viveu momentos de turbulência para carimbar o passaporte para a Ásia.

Vanderlei Luxemburgo sucedeu Zagalo e assumiu o cargo logo após o fim da Copa 1998. Seguiu no cargo até setembro de 2000. Sob seu comando, o Brasil foi vice-campeão na Copa das Confederações 1999 e campeão da Copa América no mesmo ano. Todavia, desde o início das Eliminatórias (em 2000), a Seleção fez campanha muito irregular (foram 4 vitorias, 2 empates e 2 derrotas) e o Brasil fracassou nas Olimpíadas (derrotado por Camarões por 2×1, com os africanos atuando com dois jogadores a menos, expulsos). Tais resultados, somados a problemas particulares de Luxemburgo, custaram-lhe o cargo. Nos dois últimos jogos de 2000, ainda pelas Eliminatórias, o auxiliar Candinho e o preparador físico Pedro Santilli dirigiram o Brasil em vitorias contra Venezuela e Colômbia, enquanto aguardavam o novo técnico, o ex-jogador Emerson Leão.

Leão assumiu em fevereiro de 2001. Sob seu comando, a Seleção fez péssima campanha na sequência das Eliminatórias e fracassou na Copa das Confederações 2001, no Japão (2 derrotas e 2 empates em 5 jogos). O técnico foi demitido e Luiz Felipe Scolari assumiu o posto num momento de crise, em que o risco de ficarmos pela primeira vez fora de uma Copa era bastante real.

Já com Felipão no comando, o time fracassou na Copa América de 2001, eliminado por Honduras, mas nas Eliminatórias conseguiu se recuperar (mesmo alternando bons e maus resultados) e se classificou para o Mundial, após vencer por 3×0 a Venezuela na última rodada, resultado que nos garantiu o terceiro lugar do torneio classificatório.

Completamente desacreditada, a Seleção viajou para a copa com o técnico muito questionado, especialmente por ter deixado alguns grandes craques de fora da convocação (Juan, Amoroso, Alex, Djalminha, Marcelinho Carioca e Romário). Poucos acreditavam que Ronaldo Fenômeno conseguiria jogar bem ao voltar de sua gravíssima lesão no joelho, a ponto de acreditar que ele encerraria a carreira precocemente. E Rivaldo também estava contundido, ainda se recuperando. O quadro soava desfavorável, mas Felipão apostou na recuperação dos dois craques e os levou para a Ásia.

No Mundial, no entanto, o que se viu foi uma campanha espetacular, invicta, sem sequer um empate (7 jogos, 7 vitórias) e o tão sonhado penta na bagagem. A “Família Scolari” conquistara o mundo. E dos 23 jogadores que estiveram na Coréia e Japão, apenas os dois goleiros suplentes não atuaram.

Muitos jogadores foram utilizados durante amistosos, torneios e eliminatórias, mas não estiveram na lista final de convocados.

FORAM PARA A COPA OS FUTUROS PENTACAMPEÕES

Goleiros – Marcos (Palmeiras), Dida (Corinthians) e Rogério Ceni (São Paulo)

Defensores – Cafu (Roma), Beletti (São Paulo), Lúcio (Bayer Leverkusen), Edmílson (Lyon), Roque Júnior (Milan), Anderson Polga (Grêmio), Roberto Carlos (Real Madrid) e Júnior (Parma)

Meio-campistas – Gilberto Silva (Atlético Mineiro), Kleberson (Atlético Paranaense), Vampeta (Corinthians), Ricardinho (Corinthians), Kaká (São Paulo), Juninho Paulista (Flamengo), Ronaldinho Gaúcho (PSG) e Rivaldo (Barcelona)

Atacantes – Ronaldo Fenômeno (Internazionale), Luizão (Grêmio), Edilson (Cruzeiro) e Denílson (Betis)

CORTADO POR CONTUSÃO ANTES DA COPA

Meio-campista – Emerson (Roma, substituído por Ricardinho)

PRÉ-SELECIONADOS

Defensores – Evanilson (Borussia Dortmund), Alessandro (Atlético Paranaense), Juan (Flamengo), Antônio Carlos (Roma), Aldair (Roma), Emerson Carvalho (Portuguesa), Cléber (Cruzeiro), Cris (Cruzeiro), Zé Roberto (Bayer Leverkusen), Serginho (Milan), Athirson (Flamengo), César (São Caetano) e Sylvinho (Arsenal)

Meio-campistas – Mauro Silva (La Coruña), Flávio Conceição (La Coruña), César Sampaio (Palmeiras), Marcos Assunção (Roma), Donizete Oliveira (Vasco), Leomar (Sport), Mineiro (Ponte Preta), Tinga (Grêmio), Eduardo Costa (Bordeaux), Alex (Palmeiras), Djalminha (La Coruña), Leonardo (São Paulo) e Juninho Pernambucano (Vasco)

Atacantes – Amoroso (Parma), Edmundo (Vasco), Marcelinho Carioca (Corinthians), Marcelinho Paraíba (Hertha Berlim), Euler (Vasco), Élber (Bayern Munique), Jardel (Galatasaray), França (São Paulo), Guilherme (Atlético Mineiro), Romário (Vasco), Adriano (Flamengo), Washington (Ponte Preta), Sávio (Real Madrid), Marques (Atlético Mineiro) e Ewerton (Corinthians)

OBS.: Não foi divulgada lista dos 40 pela CBF.

*SYLVIO MAESTRELLI, educador e apaixonado por futebol

Acompanhe aqui a nossa série sobre a participação do Brasil em todas as Copas

https://giramundo.blog.br/category/esportes/

Fontes

Gazeta Esportiva, Placar, Imortais do Futebol, Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, Todas as Copas do Mundo (Orlando Duarte), Futebol Coruja, Futebol Clássico, FIFA, CONMEBOL, CBF, Lance, OGOL.COM.BR, Trivela, Jornal dos Sports e outros

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