Por Heraldo Palmeira
Los Angeles
Nova York
São Paulo
Lisboa
Londres
Fase da Lua
.
.
21 de novembro de 2024

2014 Brasil nas Copas

Bola Brazuca (Copa 2014)/Divulgação

2014 Brasil nas Copas

  • Sylvio Maestrelli

A Copa do Mundo de 2014 foi realizada no Brasil. Vencedor: Alemanha.

A final Alemanha 1×0 Argentina foi definida apenas na prorrogação, dando aos alemães seu tetracampeonato e transformando o país no primeiro europeu a ganhar uma Copa no continente americano. Pela primeira vez foi utilizada a Goal-Line Technology (Tecnologia da Linha de Gol) em um Mundial – a tecnologia foi testada no Mundial de Clubes de 2012, no Japão –, que informa diretamente ao juiz da partida, por meio de equipamento semelhante a um relógio de pulso, quando a bola ultrapassa inteiramente a linha de gol.

Em 2014, o Brasil sediou a Copa do Mundo pela segunda vez – a primeira fora em 1950 e terminou com a tragédia do Maracanazzo, quando perdemos a final por 2×1 para o Uruguai.

Tendo terminado a Copa 2010 apenas em sexto lugar, mudamos novamente de treinador: saiu Dunga, entrou Mano Menezes que, de imediato, promoveu diversas mudanças na Seleção. Os primeiros resultados foram pífios (na Copa América 2011, na Argentina, sequer chegamos nas semifinais).

Entretanto, uma nova geração de jovens despontava e sob o comando de Ney Franco conquistava o Sul-americano e o Mundial Sub-20 em 2011. Essa equipe – cuja meta era ganhar o inédito ouro olímpico no futebol em Londres-2012 – tinha como destaques Neymar, Lucas Moura, Oscar, Casemiro, Danilo, Philippe Coutinho, Alex Sandro e Dudu. Só que Mano ocupou o lugar de Ney nas Olimpíadas e o Brasil ficou com a prata, derrotado na final pelos mexicanos.

Insatisfeita então com os resultados e com a indefinição de um time base (foram testados 102 jogadores na era Mano), a CBF o demitiu e trouxe para seu lugar a dupla Felipão-Parreira, que assumiu no início de 2013 e, em junho, conquistou a Copa das Confederações, batendo a então campeã mundial Espanha por 3×0 na final.

Com a base do time montada desde 2013, o Brasil disputou a Copa 2014. Sob enorme pressão da torcida, passou pela fase de grupos com atuações irregulares, se classificou nas oitavas (batendo dramaticamente o Chile nos pênaltis) e venceu a Colômbia nas quartas. Então, sem Neymar (lesionado e fora da Copa) e Thiago Silva (suspenso) o Brasil foi impiedosamente goleado pela Alemanha em Belo Horizonte (MG) por inacreditáveis 7×1 na semifinal e, em seguida, vencido com facilidade pela Holanda por 3×0, na disputa do terceiro lugar.

Um misto de incredulidade, vergonha, tristeza e revolta tomou conta da torcida brasileira, pelo vexame histórico diante dos alemães. Nunca, antes, em qualquer edição de uma Copa, uma seleção anfitriã levara tamanha goleada, ainda mais inadmissível para o único país pentacampeão do mundo! Ter ficado com a quarta colocação não apagou o desastre, que está definitivamente marcado na história do futebol.

As razões eleitas para nossa queda foram as mais variadas: a fragilidade do time, que ao contrário de seleções anteriores, não tinha jogadores que desequilibravam, nem veteranos experientes em Copas; a pressão absurda pelo título, fomentada pela imprensa ufanista e pelas autoridades; o descontrole emocional, visível durante muitos momentos da competição (é emblemática a cena de nosso capitão Thiago Silva, isolado, de costas para o gol, enquanto seus companheiros decidiam nossa sorte contra o Chile nos pênaltis, na classificação para as quartas de final); a escalação completamente equivocada do time na semifinal, permitindo que os alemães tomassem conta do meio-campo e o “apagão” da equipe logo após tomar os dois primeiros gols no primeiro tempo daquele fatídico jogo.

Terminava, assim, de forma trágica e melancólica a participação brasileira em 2014, em uma Copa onde foram gastos bilhões de reais de dinheiro público com alguns estádios que hoje se encontram abandonados ou subutilizados. Um Mundial que não deixou saudades nos autênticos torcedores fanáticos, muitos alijados dos estádios face aos preços abusivos dos ingressos.

FORAM PARA A COPA

Goleiros – Júlio César (Toronto), Jefferson (Botafogo) e Victor (Atlético Mineiro)

Defensores – Maicon (Roma), Daniel Alves (Barcelona), Thiago Silva (PSG), David Luiz (Chelsea), Dante (Bayern Munique), Henrique (Napoli), Marcelo (Real Madrid) e Maxwell (PSG)

Meio-campistas – Luiz Gustavo (Wolfsburg), Fernandinho (Manchester City), Oscar (Chelsea), Paulinho (Tottenham), Hernanes (Internazionale) e Ramires (Chelsea)

Atacantes – Hulk (Zenit), Willian (Chelsea), Fred (Fluminense), Jô (Atlético Mineiro), Neymar (Barcelona) e Bernard (Shakhtar)

LISTA DE ESPERA

Goleiro – Diego Cavalieri (Fluminense)

Defensores – Rafinha (Bayern Munique), Miranda (Atlético de Madrid) e Filipe Luis (Atlético de Madrid)

Meio-campista – Lucas Leiva (Liverpool)

Atacantes – Lucas Moura (PSG) e Alan Kardec (São Paulo)

PRÉ-SELECIONADOS

Defensores – Jean (Fluminense), Rever (Atlético Mineiro), Dedé (Vasco), Dória (Botafogo), Adriano (Barcelona) e André Santos (Grêmio)

Meio-campistas – Fernando (Grêmio), Arouca (Santos), Ralf (Corinthians) e Jadson (São Paulo)

Atacantes – Robinho (Milan), Osvaldo (São Paulo), Alexandre Pato (Corinthians), Ronaldinho Gaúcho (Atlético Mineiro), Leandro Damião (Internacional) e Luís Fabiano (São Paulo)

*SYLVIO MAESTRELLI, educador e apaixonado por futebol

Acompanhe aqui a nossa série sobre a participação do Brasil em todas as Copas

https://giramundo.blog.br/category/esportes/

Fontes

Gazeta Esportiva, Placar, Imortais do Futebol, Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, Todas as Copas do Mundo (Orlando Duarte), Futebol Coruja, Futebol Clássico, FIFA, CONMEBOL, CBF, Lance, OGOL.COM.BR, Trivela, Jornal dos Sports e outros

©