Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

Boletim da Copa 5

Bola Al Rihla (Copa 2022)/Divulgação

Boletim da Copa 5

  • Sylvio Maestrelli

Show inglês e zebras árabes

Grupo A Após o fraquíssimo jogo de abertura da Copa do Mundo 2022, em que os equatorianos venceram com facilidade os anfitriões por 2×0, pelo Grupo A, a partida seguinte já foi muito melhor. Nela, a Holanda, com autoridade, bateu o Senegal por 2×0, com as duas equipes fazendo um duelo bastante equilibrado e a “Laranja” aproveitou as oportunidades no “apagar das luzes”. Não houve nenhum grande destaque individual, mas já existe uma expectativa de que essas duas seleções avancem de fase, por terem mostrado times mais compactos que os demais do grupo. Classificação Holanda e Equador (3 pontos, com o mesmo saldo de gols), Senegal e Catar (0 ponto).

Grupo B Tivemos um grande show logo de cara, com a poderosa Inglaterra goleando o Irã por 6×2. Contando com grande atuação individual de alguns jovens estreantes em Copas (Bellinghan e Saka), os britânicos fizeram um “partidaço”, liquidando o jogo ainda na primeira etapa, quando abriram 3×0. Os iranianos, que dificilmente sofrem muitos gols, foram totalmente envolvidos pelos ingleses, que não “tiraram o pé” mesmo com um placar amplamente favorável já no intervalo, mostrando que têm ótimas opções em seu banco de reservas. O jogo reforçou a visão de vários analistas de que a Inglaterra é uma das favoritas à conquista da taça.

Contrastando com esse jogão, a segunda partida do dia foi morna e terminou em empate justo e previsível entre os EUA (melhores no primeiro tempo, cansados no segundo) e um País de Gales voluntarioso e raçudo, mas de pouca técnica. Bale e Ramsey, os melhores galeses, não estiveram bem. O gol norte-americano foi marcado por Timothy Weah, filho do liberiano George Weah, que já foi eleito uma vez nos anos 1990 como melhor jogador do mundo, mas nunca esteve numa Copa, e hoje é o presidente do país. Classificação Inglaterra (3 pontos), EUA e País de Gales (1 ponto), Irã (0 ponto).

Grupo C Uma das maiores zebras na história das Copas apareceu. A Arábia Saudita, de virada e com muita garra, bateu por 2×1 uma decepcionante Argentina, apática, de “salto alto” e sem brilho, que centralizava todas suas ações em torno dos veteranos Messi e Di Maria, marcados com maestria pelos sauditas. A festa árabe ao apito final do árbitro, dentro e fora do gramado, foi emocionante. O surpreendente resultado, que chocou o mundo futebolístico, já coloca em xeque uma classificação dos platinos para a segunda fase, não somente pelo fraco futebol apresentado, como também pela visível demonstração de que seu astro, Lionel Messi, não se encontra no melhor de suas condições físicas. Para mensurar o peso desse resultado, o governo saudita decretou feriado nacional no país.

A situação argentina se agrava também porque, em um jogo sem grandes emoções, as apenas medianas seleções do México e da Polônia, que fazem parte do mesmo grupo, empataram em 0x0, deixando os hermanos na incômoda “lanterna”. Foi uma partida “pegada”, mas de pouca técnica, onde o atacante polonês Lewandowski perdeu um pênalti na segunda etapa, defendido pelo mexicano Ochoa. Classificação Arábia Saudita (3 pontos), México e Polônia (1 ponto), Argentina (0 ponto).

Grupo D O primeiro jogo apresentou mais uma zebra (talvez zebrinha) vinda do mundo árabe. Com um sólido sistema defensivo e muita disposição física, a Tunísia jogou de igual para igual com a tecnicamente superior Dinamarca, segurando um empate sem gols em partida muito equilibrada e com poucos chutes a gol. Terminada a peleja, era visível a felicidade dos tunisianos, cujo empate foi considerado uma vitória, já que teoricamente os dinamarqueses seriam a segunda força do grupo.

Na outra partida prevaleceu a lógica. Depois de um susto ao tomar um gol logo no início, os franceses viraram o jogo e derrotaram os apenas esforçados australianos com sobras, por 4×1. Mesmo considerando a fragilidade do adversário, a França apresentou um futebol ofensivo e objetivo, se credenciando também como favorita à taça. Apesar da maré de azar com os desfalques por lesões – os campeões de 2018 Pogba e Kanté, pilares de seu meio-campo, o goleador Benzema e os reservas Kimpembé e Nkunku, além do defensor Lucas Hernández, que também está fora do Mundial depois da lesão sofrida neste jogo de estreia –, jovens como Tchoumeni, Koundé, Konaté, Upamecano jogaram bem. E Giroud, centroavante campeão, mas que não fez nenhum gol na Copa 2018, desencantou, marcando 2. Classificação França (3 pontos), Dinamarca e Tunísia (1 ponto), Austrália (0 ponto).

*SYLVIO MAESTRELLI, educador e apaixonado por futebol

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