Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana 36

Ralphs_Fotos/Pixabay

A Semana 36

(Resumo de Mercado – 2 a 6 de janeiro e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -0,7% | 108.963 pontos

Na primeira semana do ano de 2023, reverberando principalmente o noticiário político interno, o Ibovespa encerrou a semana em leve queda de -0,7% aos 109 mil pontos. Com a prorrogação da desoneração dos impostos sobre combustíveis, as ações da São Martinho (SMTO3) e Raízen (RAIZ4) registraram quedas de mais de 13%. Já na outra ponta, as ações da CSN (CSNA3) subiram mais de 11% puxadas pela alta do minério de ferro, após o governo chinês indicar apoio ao setor imobiliário.

No Brasil, a semana foi marcada por muita volatilidade com os discursos de representantes do governo. Nos primeiros dias, o mercado reagiu negativamente ao discurso de posse de Lula, que reforçou as diretrizes econômicas anunciadas durante a campanha eleitoral, como a remoção do teto constitucional de gastos, o aumento do investimento público e o papel fundamental das empresas públicas no fomento do desenvolvimento econômico. Além disso, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, fez críticas à reforma previdenciária aprovada no último governo, que classificou de “antirreforma”, além de ter se comprometido a provar que a Previdência não é deficitária. Ambas as declarações aumentaram o sentimento de aversão a risco do mercado.

A segunda metade da semana foi mais positiva. O ministro da Casa Civil Rui Costa disse que não há qualquer discussão no governo sobre uma reversão da reforma da previdência realizada em 2019. E Jean Paul Prates, indicado como novo presidente da Petrobras, descartou intervenção no preço de combustíveis. Por fim, na sexta-feira, Lula realizou uma reunião com os ministros e deu uma declaração buscando maior alinhamento, adotando um tom que animou mais o mercado, levando-o a recuperar boa parte das fortes perdas nos primeiros dias de 2023.

Nos EUA, a ata do FOMC, que foi interpretada como hawkish – dura – pelo mercado, trouxe novamente as preocupações dos diretores do Federal Reserve (Fed) em controlar o ritmo do aumento de preços e, principalmente, com qualquer percepção errônea de seu compromisso no combate à inflação. O tom mais duro foi lido como uma tentativa do Fed de recuperar credibilidade. Com isso, continua a percepção de que novas elevações de juros devem ocorrer no início do ano, com o mercado precificando uma taxa terminal de 5%. Nos dados econômicos, o PMI industrial recuou de 47,7 em novembro para 46,2 em dezembro, deixando cada vez mais claro o impacto da política monetária. Mas o destaque da semana foi o relatório de emprego, que apontou para a criação de mais vagas de trabalho do que o esperado, com queda na taxa de desemprego. Mesmo com o indicador sinalizando um mercado de trabalho resiliente, a alta dos salários desacelerou, apontando um impacto reduzido na inflação e agradando aos mercados. O S&P 500, que começou a semana em queda, teve na sexta-feira o melhor dia desde novembro e conseguiu encerrar a primeira semana do ano em território positivo depois das fortes perdas em 2022.

Na China, o foco continua sendo nas flexibilizações da política de covid zero. O presidente Xi Jinping disse em discurso que ainda existem grandes desafios na luta da China contra a doença. O índice Caixin de manufatura confirmou que a atividade manufatureira chinesa encolheu pelo quinto mês consecutivo em dezembro, refletindo ainda as restrições implementadas. Porém, sua performance foi melhor que a de novembro – a melhora na margem talvez indique que os primeiros efeitos das flexibilizações podem estar surgindo. O índice de Hang Seng concluiu a semana com o melhor começo de ano desde 1999, com alta de mais de 6%.

O Dólar fechou a semana com baixa de 1,05% em relação ao Real, em R$ 5,23/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -30bps na semana, atingindo 12,86%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 200 milhões.

No cenário internacional, durante a semana em curso teremos o início da temporada de resultados do 4º trimestre de 2022 das empresas americanas, com grandes bancos divulgando seus balanços a partir da sexta-feira, dia 13. Na seara econômica, o destaque será o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sobre os próximos passos da política monetária americana, e os índices de inflação ao produtor e consumidor do país. Na China, há a expectativa da divulgação de diversos números, como o PIB do 4º trimestre, dados de atividade econômica e inflação de dezembro. Na Zona do Euro, será divulgada a produção industrial de novembro. No Brasil, o foco estará nas sinalizações do Ministério da Fazenda sobre os rumos da política econômica e composição do Ministério do Planejamento. Na seara dos dados, IPCA de dezembro, PMC e PMS de novembro, e o IBC-Br – proxy do PIB – referente ao mesmo mês.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (10.01.2023)

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