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Contar histórias dá negócios
- Heraldo Palmeira
O nome é “story-telling” (narração de histórias, em inglês) e está na moda. Na verdade, virou uma espécie de termo técnico para a velha arte de contar histórias e, por esse meio, transmitir conhecimento e incrementar negócios.
O professor brasileiro Claudius D’Artagnan, especialista em qualidade e colaborador do Giramundo, afirma que as pessoas costumam comprar valor e “são muito sensíveis às histórias que acompanham a venda, principalmente quando são bem contadas”. Relatos apaixonados formam uma espécie de ponte entre produtos e clientes. Algo que ajuda a formar o branding (fixação de marca).
Jerome Bruner, professor norte-americano de psicologia em Harvard e Oxford, teórico da educação e mentor da Revolução Cognitiva nos anos 1960, costumava dizer que “um fato tem 20 vezes mais chances de ser lembrando quando estiver associado a uma história”. Teoricamente, essa associação facilita a assimilação e encorpa a ideia original para a qual está sendo utilizada como suporte.
Story-telling pode ser confundido com uma buzzword, um daqueles jargões que infestam o ambiente corporativo como palavras ou expressões da moda, aparentando ter sentido técnico e utilizadas insistentemente por determinado período. Na verdade, uma buzzword não tem grande significado, serve mesmo para impressionar os leigos e desaparece com a mesma rapidez com que surgiu no linguajar empresarial. Basta lembrar e esquecer de checklist (lista de itens verificados), storyboard (sequência cronológica de ações), budget (orçamento)… A lista é enorme e revira o estômago por esse encantamento diante de estrangeirismos sem significado especial.
Entretanto, o story-telling real vai além do limite de simples buzzword e é bastante utilizado no ambiente corporativo, inclusive como excelente ferramenta de marketing. Quem empreende nada mais é do que um vendedor de ideias, e nada melhor do que contar boas histórias para reforçá-las e aumentar as possibilidades de sucesso.
A escritora norte-americana Kindra Hall, entusiasta da ferramenta, lançou o livro “Histórias que Inspiram”, uma espécie de defesa das virtudes do story-telling como algo capaz de cativar consumidores, influenciar o público e transformar negócios. Ela afirma que “as pessoas não compram um objeto ou um serviço. Elas compram o que este objeto ou serviço fará por elas”. Faz sentido.
Pelo visto, virar um bom storyteller (contador de histórias) pode gerar valor nos ambientes da educação e dos negócios e virar diferencial competitivo.
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