Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

Novo maioral do tênis

Reprodução/Internet

Novo maioral do tênis

  • Sylvio Maestrelli

Que me desculpem os fãs de Rafael Nadal, Roger Federer, Rod Laver, Roy Emerson, Pete Sampras, Ivan Lendl, André Agassi, Jimmy Connors, John McEnroe, Bjorn Borg, Boris Becker, Guillermo Villas, John Newcombe, Ilie Nastase e tantos monstros sagrados do tênis. Mas o sérvio Novak Djokovic (foto) é “o cara”!

No domingo (29), ao bater o craque grego Stefanos Tsitsipas por 3 sets a 0 (6/3, 7/6 e 7/6) em Melbourne, pelo Australian Open 2023, Djoko, como é carinhosamente chamado por seus fãs espalhados pelo mundo, alcançou Nadal como o maior ganhador de torneios de Grand Slam na história. Lembrando que o espanhol, em declínio físico, já anunciou sua despedida das quadras para este ano, a mídia especializada já considera que o sérvio deverá ultrapassá-lo em títulos e assumirá a liderança do ranking.

Uma explicação: no tênis, os 4 torneios que constituem o Grand Slam – Australian Open, (Melbourne, Austrália), French Open (Roland Garros, Paris, França), All England Lawn Tennis Championship (Wimbledon, Londres, Inglaterra) e US Open (Flushing Meadows, Nova York, Estados Unidos) são os mais tradicionais e importantes do circuito mundial, além de oferecerem os maiores prêmios aos participantes. Conseguir ser o campeão em todos é uma façanha, não apenas pela quantidade e qualidade dos participantes (os 64 mais bem ranqueados do mundo), mas também pela duração possível dos jogos (as partidas são em melhor de 5 sets, ou seja, ganha quem fizer 3 sets primeiro) e pelas diferenças de pisos (duro e rápido na Austrália e Estados Unidos, saibro na França e grama na Inglaterra).

Djokovic acaba de faturar seu 22º título de Grand Slam! São 10 conquistas na Austrália, 7 em Wimbledon, 3 nos Estados Unidos e 2 em Roland Garros. Além disso, ganhou em 6 ocasiões o ATP Finals – torneio que reúne, no final da temporada, os 8 melhores tenistas do ano, sendo recordista da competição. Tem em seu currículo também todos os títulos profissionais possíveis em torneios Masters 1000 (9 torneios no mesmo ano) e ATP Finals (um por ano), algo que nenhum outro tenista obteve. E venceu cada competição, no mínimo, duas vezes. De quebra, levou seu país ao inédito título da outrora prestigiada Copa Davis, um autêntico mundial por equipes, junto com seus compatriotas Viktor Troicki, Janko Tipsarevic e Nenad Zimonjic, batendo a França por 3×2, em 2010.

Com tantas vitórias e títulos, não é difícil concluir que Djoko também é o tenista que mais faturou em premiações em torneios: mais de US$ 158 milhões (R$ 808,9 milhões). E essa fortuna não engloba seu alto faturamento com campanhas publicitárias. Até hoje Djokovic acumula inacreditáveis 93 títulos, sendo o tenista que mais semanas esteve como o número 1 do ranking mundial (320) e o que detém o recorde de maior percentual de vitórias na carreira (mais de 84%).

Em entrevista após o inesquecível triunfo em Melbourne, Djoko incentivou todos os tenistas de países pequenos e sem tradição no esporte (mencionando a sua Sérvia e a Grécia de seu rival Tsitsipas) com a expressão Dream Big (sonhe grande), enfatizando a força que a mente exerce para que, combinada a treinamentos, disciplina e até mesmo sacrifícios, alguém, mesmo sem tantos recursos tecnológicos à sua disposição, possa se tornar um top ten no esporte.

O recado também serve para o Brasil, que já teve no pódio mundial Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, o Guga.

Ela pontificou nas quadras de 1950 a 1970 e entrou para a história como uma das raras tenistas que conquistaram títulos em três décadas diferentes – 589 títulos internacionais nos 20 anos de carreira. Considerada o maior nome do tênis brasileiro (incluindo masculino e feminino), foi eleita a melhor tenista da América Latina no século 20. Ocupa a 38ª posição na lista dos 100 Melhores Tenistas da história (homens e mulheres) do Tennis Channel.

Ele fez a festa de 1995 a 2008 e foi considerado pela revista Tênis “um dos 10 tenistas que transformaram a forma como o tênis é jogado […] aquele padrão extremamente defensivo do jogo de saibro deu lugar a um estilo muito mais agressivo, exuberante e alegre”. Conquistou 20 títulos e deixou na memória do esporte um enorme carisma, que tinha no sorriso sua marca registrada.

Desde então, somos apenas saudade.

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