Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana 41

Pasja1000/Pixabay

A Semana 41

(Resumo de Mercado – 6 a 10 de fevereiro e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -0,4% | 108.078 pontos

Em semana de grande volatilidade por conta da política local, o Ibovespa encerrou em queda de -0,4% aos 108.078 pontos. Como destaque negativo, a Alpargatas (ALPA4) registrou queda de -24,6% após os resultados do 4T22 decepcionarem o mercado. Na ponta oposta, São Martinho registrou alta de 10,6%, com a alta do açúcar na bolsa internacional. As ações também vêm ganhando destaque desde que a empresa anunciou que produzirá etanol, a partir do milho como matéria-prima.

No Brasil, a ata do Copom apresentou tom de trégua entre o Banco Central e o governo. Foi comentado que o pacote fiscal anunciado no mês passado pelo ministro da Fazenda pode ter um efeito benigno para o rumo da inflação. O IPCA de janeiro registrou alta abaixo do consenso, a inflação ao consumidor atingiu 5,8% no acumulado em 12 meses. O dado reforça a visão de desinflação em curso, ainda que de forma gradual. Em meio às discussões sobre a independência do Banco Central e um possível ajuste na meta de inflação, esse resultado abaixo do esperado pode reduzir a temperatura e abrir caminho para um melhor diálogo entre o Poder Executivo e a autoridade monetária.

Nos EUA, o discurso do presidente do Federal Reserve Jerome Powell foi lido como dovish por não incorporar mudança significativa de tom após os dados do mercado de trabalho. Além disso, reconheceu que o processo de desinflação, e o apetite por risco do mercado voltou novamente mesmo que a autoridade tenha afirmado que novas altas de juros ainda podem ser necessárias. Esse fator, combinado com os fortes resultados corporativos nos EUA, está elevando as expectativas dos mercados de um “pouso suave”. Porém, com a postura firme do Fed de seguir com altas nas taxas de juros por um período maior do que o esperado pelo mercado, os títulos de 2 anos registraram um salto nos rendimentos para 4,51%, o que pressionou o mercado acionário nos últimos dias.

Na China, após a derrubada com um míssil pelo Exército americano, de um balão chinês apontado como um equipamento de espionagem, e do aparecimento de novas unidades do equipamento voando no espaço aéreo dos EUA, as tensões entre as duas maiores economias do mundo se elevaram. A expectativa do mercado é de que novas sanções norte-americanas sobre as empresas de tecnologia chinesas pós-“balão espião” impactem o setor chinês. Com isso, o índice de Hang Seng registrou queda de -2,2%. Além disso, a inflação chinesa apresentou resultados melhores do que o esperado tanto no Índice de Preços ao Produtor (PPI) quanto no Índice de Preços ao Consumidor (CPI). O mercado espera uma elevação do custo de vida na China nos próximos meses, após o fim da política de tolerância zero à Covid. Ainda assim, a inflação ao consumidor deve ficar ao redor de 3% este ano, muito abaixo das taxas observadas nas principais economias ocidentais.

Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana com alta de +1,57% em relação ao Real, em R$ 5,21/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +46bps na semana, atingindo 13,51%.

Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi negativo em cerca de R$ 500 milhões.

Para a semana em curso a atenção estará voltada para os dados de inflação nos EUA (CPI e PPI) de janeiro, além de dados referentes ao varejo e setor industrial. Além disso, será divulgada a prévia do PIB da Zona do Euro no último trimestre, além do boletim econômico do Banco Central Europeu e índice de preços ao atacado de janeiro, na Alemanha.

No Brasil, a semana terá a divulgação do IGP-10 de janeiro e o IBC-Br de dezembro. No ambiente político, as sinalizações do governo acerca da mudança da meta de inflação para os próximos anos e a autonomia do Banco Central devem ser destaque nos noticiários.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (13.02.2023)

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