Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

Música, suspense e amor na Grécia

Divulgação/Netflix

Música, suspense e amor na Grécia

  • Heraldo Palmeira

GIRAMUNDO VIU A primeira série produzida na Grécia a ganhar o mundo via Netflix deverá repetir o estrondoso sucesso local. Produzida em 2022, com exibição original na emissora grega Mega TV, O Maestro e o Mar é um excelente drama policial, acaba de estrear na plataforma e vale muito a pena maratonar a primeira temporada.

O cenário espetacular da ilha de Paxos deixa no ar a impressão de que aquele é um lugar perfeito, onde ser feliz é obrigatório, quase uma decorrência da natureza privilegiada e da vida simples que todos nós costumamos sonhar às escondidas. Tudo transcorre durante a pandemia de Covid-19, quando o lockdown impedia o fluxo de turistas e mantinha por lá apenas a população local se preparando para retomar a normalidade depois do período de restrições.

O roteiro conta a história do músico Orestis, contratado em Atenas para reativar um festival de música tradicional da ilha. Ele acaba envolvido com a vida e os problemas dos moradores e vive um caso de amor daqueles de tirar o prumo. E essa história de amor apaixonante é o catalisador para revirar a vida daquela pequena sociedade, em que todos estão fortemente conectados numa dolorosa cumplicidade.

A série foi criada pelo roteirista, diretor e ator Christoforos Papakaliatis, que também é seu protagonista. Na verdade, no meio da paisagem paradisíaca, temas atualíssimos vão sendo abordados de forma sensível e sem rodeios: violência doméstica, homofobia, corrupção, tráfico de drogas, monopólios multinacionais, relações familiares, laços sociais, novos costumes, falta de perspectiva e amores fortes não necessariamente romantizados. Ao se aproximar demais dos moradores, Orestis se vê em meio a uma trama de mistérios, segredos, ameaças e chantagens para manter posições ou esconder problemas que ninguém deseja ver revelados.

Na verdade, O Maestro e o Mar instala um grande espelho sem filtros diante do público, mostrando que, apesar de ser obra original de ficção, o enredo e os personagens fortes colocam tudo sob uma perspectiva impressionante de vida real.

A série revela excelente nível de produção e ótimos atores, com a curiosidade de alguns deles viverem personagens batizados com seus próprios nomes – um bom artifício para divulgá-los pelo mundo na esteira do sucesso que se anuncia.

O acordo com a Netflix para exibição mundial da série deverá também abrir espaço internacional relevante à indústria cinematográfica grega. “Estou muito orgulhoso deste projeto porque acho que artisticamente é um momento único, não só para mim, mas para todos os envolvidos […] A fotografia, a música, a edição, as câmeras e todos os colaboradores deram o seu melhor para fazer um projeto em nosso idioma. Mas que também poderá se destacar mundialmente”, reconhece o seu criador Papakaliatis, vivendo a expectativa do que ocorrerá doravante – mal estreou e já é uma das mais assistidas da plataforma na atualidade.

O primeiro resultado prático do sucesso está a caminho. Papakaliatis anunciou que a 2ª e última temporada começará a ser gravada em abril, com locações em Atenas e na ilha de Paxos. Novos personagens entrarão em cena e o processo se repetirá: primeiro será exibida na Mega TV e depois na Netflix.

Curiosidades

– A série tem como cenário principal a ilha de Paxos, que passou à história como palco de batalhas navais, ambiente de piratas e pela quantidade de governantes estrangeiros. Embora menor do que suas vizinhas Corfu e Lefkada, Paxos é também uma das joias gregas do mar Jônico.

– O velho FIAT azul que Orestis dirige na série pertence à sua mãe, que tem uma casa na ilha e costuma cruzar os caminhos do lugar a bordo do simpático carrinho.

Saiba mais

https://www.youtube.com/watch?v=00Zq7mkda8A

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