Divulgação/Motorola
Vai um celular antigo?
- Heraldo Palmeira
Quem viveu os anos 1990 é testemunha da chegada dos primeiros telefones celulares. Logo o apelido “tijolão” foi oficializado, exatamente pelas dimensões dos possantes nem tão possantes assim.
Baterias enormes e cambiáveis na parte externa, antenas, flip e outros elementos davam aos seus donos algum verniz econômico e sintonia com a modernidade tecnológica. Em poucos anos, chegamos aos inacreditáveis smartphones, equipados com inúmeras funcionalidades que guiam a vida cotidiana de todo mundo. Já começam cedo, são eles que “amanhecem” o dia com a função despertador. Tanta presença instalou o cenário onde câmera, memória e processador são fatores decisivos na hora de escolher um novo aparelho.
Diante disso, é surpreendente essa nova onda de trocar tanta tecnologia e inegáveis utilidades por um daqueles celulares jurássicos, com menos recursos e com jeitão de peça de museu. Acredite, a busca tem sido por aparelhos antigos sem acesso à internet e redes sociais. O mais surpreendente é que os jovens lideram o movimento em busca desses dispositivos menos tecnológicos e com poucas funções. Nessa conta também conta o fato de não serem territórios tão fáceis para invasores aprontarem suas surpresinhas sempre desagradáveis.
Quando algo inesperado acontece, é comum surgirem teorias para tentar explicar. Há quem aponte o debate cada vez mais amplo sobre os malefícios da imersão excessiva na vida digital como fator de alguma influência nesse novíssimo fenômeno de consumo.
Na verdade, esse revival está contando com uma mãozona de diversas celebridades internacionais. A começar por Anna Wintour, diretora da Vogue norte-americana – ela mesma um ícone eterno da elegância e influenciadora de celebridades –, que tem desfilado em todos os salões com seu tijolão flip. Na esteira de influência da papisa da moda, a atriz Scarlet Johansson e a cantora Rihanna já aderiram à onda vintage, que também está batendo à porta de renomados escritórios do mundo digital.
Os números brasileiros mais recentes apontam que a média diária de utilização das redes sociais chega a 5,4 horas, o que pode estar levando as pessoas a buscarem alternativas para otimizar o próprio tempo e escapar das armadilhas dos modernos smartphones, projetados para manter o usuário ligado a tudo o tempo todo.
Parece que buscar celulares antigos, com menos recursos, sem acesso a redes nem aplicativos pode ser uma alternativa para quem deseja ficar livre de distrações e focar a atenção em atividades produtivas. Ou simplesmente redescobrir coisas muito prazerosas que não passam na programação das telinhas.
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https://fortissima.com.br/2016/05/02/celulares-antigos-voltam-a-ser-moda-entre-os-famosos-14828198/