Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana 53

Tumisu/Pixabay

A Semana 53

(Resumo de Mercado – 22 a 26 de maio e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +0,2% | 110.906 pontos

Em semana marcada por mais discussões sobre a dívida americana e aprovação do arcabouço fiscal, o Ibovespa encerrou em alta de 0,2% aos 110.906 pontos. As ações de Alpargatas (ALPA4) saltaram 16% na semana, depois que a companhia anunciou a proposta de uma oferta pública para a aquisição de até 32 milhões de ações da companhia. Na ponta oposta, os frigoríficos BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) acumularam queda de cerca de 7% na semana, após o Ministério da Agricultura e Pecuária declarar estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, em razão de casos de gripe aviária detectados em aves silvestres e a volta da preocupação com uma nova onda de Covid-19 na China, o que comprometeria as exportações de proteínas.

A Câmara dos Deputados aprovou, por ampla maioria, o texto-base do novo arcabouço fiscal. O projeto de lei introduz um limite de gastos para despesas primárias, estabelecendo gatilhos automáticos para controlar os gastos caso o governo não alcance as metas definidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O texto segue para votação no Senado. O IPCA-15 referente ao mês de maio registrou um avanço de 0,51% em relação ao mês anterior, ficando abaixo das expectativas. Apesar do aumento acima das estimativas nos preços dos alimentos, a leitura da inflação na prévia de maio pode ser considerada a melhor do ano até o momento.

No que se refere à taxa de câmbio, o fim do ciclo de aperto monetário do Fed, a tendência de enfraquecimento do dólar, as contas externas robustas e a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara motivaram uma revisão para baixo, passando de R$ 5,30 para R$ 5,00 no final de 2023. Para o final de 2024, a projeção foi ajustada de R$ 5,40 para R$ 5,15. No que diz respeito à inflação, a redução nos preços dos combustíveis anunciada pela Petrobras na última semana e uma tendência de queda nos preços das commodities contribuíram para uma revisão para baixo na projeção do IPCA para 2023, que passou de 6,2% para 5,4%. Para o próximo ano, a expectativa de inflação também foi revisada para baixo, de 5,0% para 4,7%.

Nos EUA, as atenções seguem voltadas para o impasse do teto da dívida americana. O presidente Joe Biden reuniu-se com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, para discutir o teto da dívida do país. McCarthy, líder da Câmara, sinalizou que está otimista de que chegará a um acordo com a Casa Branca antes que o país dê um calote (em sua dívida). O presidente Biden reiterou que o calote está fora de questão e a única maneira de avançar é em direção a um acordo bipartidário democratas e republicanos. Enquanto isso, a secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen alertou que é provável que os EUA não consigam pagar suas contas até o início de junho se ações não forem tomadas. A agência Fitch Ratings colocou o rating de crédito AAA do país sob observação, dada a falta de um acordo até o momento.

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) – a medida de inflação preferida do Federal Reserve – subiu 0,4% em abril ante março e 4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado veio acima do esperado pelo mercado. O núcleo do PCE exclui variações de preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis. Incluindo esses preços, a inflação de consumo americana foi de 0,4% na base mensal e de 4,4% na anual em abril. A ata da última reunião do Fed reforçou o cenário de juros estáveis até o início do próximo ano. Embora não tenha descartado aumento adicional, o documento estabelece que se a economia evoluir de acordo com as perspectivas atuais não será necessário maior aperto da política monetária, e também reiterou que o Fed não planeja cortar juros em 2023, mantendo a abordagem dependente de dados. Os mercados seguem precificando redução de juros até o final deste ano. As Bolsas americanas reagiram bem na semana, com S&P 500 e Nasdaq encerrando a semana em alta de 0,4% e 2,5%, respectivamente.

O Dólar fechou a semana com alta de 0,06% em relação ao Real, em R$ 5,00/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -35 bps na semana, atingindo 11,53%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa brasileira foi negativo em cerca de – R$ 2,2 bilhões.

No Brasil, a semana em curso é importante para a atividade econômica. Destaque para a publicação do PIB do 1º trimestre de 2023 (quinta-feira), que deve mostrar forte expansão em comparação ao 4º trimestre de 2022. Prevemos alta de 1,4% no período, puxada principalmente pela agropecuária. Além disso, o IBGE divulgará os resultados da produção industrial em abril (sexta-feira), para a qual prevemos recuo de 0,5% ante março. No que diz respeito ao mercado de trabalho, tanto a PNAD Contínua quanto o saldo de emprego do CAGED de abril serão conhecidos (quarta-feira). Nossas estimativas apontam para taxa de desemprego de 8,7% e criação líquida de 180 mil vagas com carteira assinada no mês passado. A agenda doméstica também traz a nota de crédito do Banco Central (terça-feira) e as contas fiscais (Governo Central na terça-feira e Setor Público Consolidado na quarta-feira) referentes a abril.

Na agenda internacional, indicadores do mercado de trabalho dos Estados Unidos estarão no centro das atenções. Além do aguardado Relatório de Emprego (Nonfarm Payroll, em inglês), os agentes de mercado irão acompanhar estatísticas sobre oferta de mão de obra (JOLTS) e geração de vagas no setor privado (ADP). Todas essas publicações são referentes a maio. Na Europa, inflação ao consumidor (maio) e taxa de desemprego (abril) merecem destaque. Na China, haverá a divulgação das leituras finais dos Índices de Gerentes de Compras (PMI, em inglês) da indústria, serviços e composto de maio. Por fim, o teto da dívida americana deve seguir sob os holofotes. Esperamos que o Congresso caminhe para um consenso nos próximos dias.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (29.05.2023)

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