Por Heraldo Palmeira
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8 de novembro de 2024

A Semana 54

Steve Buissinne/Pixabay

A Semana 54

(Resumo de Mercado – 5 a 9 de junho e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +4,0% | 117.603 pontos

Em semana mais curta, devido ao feriado de Corpus Christi, o Ibovespa encerra em alta de 4,0% aos 117.603 pontos. O índice voltou a ultrapassar a marca dos 115 mil pontos, marcando o maior patamar desde novembro de 2022. Como destaque da semana, Gol (GOLL4) subiu mais de 15%, após o Citibank elevar sua recomendação do papel, acreditando que a demanda por passagens aéreas segue em crescimento. Em contrapartida, Suzano (SUZB3) caiu cerca de 3%, com o receio do mercado em relação aos preços e demanda por celulose.

A semana no Brasil foi marcada por importantes dados econômicos e anúncios na parte política. Na economia, o IPCA de maio registrou um aumento de 0,23% em relação ao mês anterior, ficando abaixo do consenso. Em uma perspectiva de doze meses, o IPCA recuou para 3,94% em maio, em comparação com os 4,18% registrados em abril. Esses números corroboram com a visão de que o Banco Central iniciará um ciclo gradual de redução das taxas de juros a partir de agosto. Na política, o relatório da reforma tributária foi apresentado – abordando uma série de alterações nos impostos cobrados atualmente – e a expectativa é de que seja votado já no início de julho. O governo federal também anunciou o programa de incentivo à indústria automotiva – com subsídios para redução nos preços de automóveis, caminhões, vans e ônibus – e assinou a medida provisória que cria o programa “Desenrola”, que visa renegociar as dívidas de famílias com rendimentos de até dois salários mínimos.

Nos EUA, os pedidos de auxílio desemprego aumentaram de 233 mil para 261 mil. Essa tendência pode indicar que a desaceleração econômica está começando a afetar o mercado de trabalho. Esses resultados estão alinhados com a perspectiva de que o Federal Reserve não realizará mais aumentos nas taxas de juros neste ano. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços do país subiu de 53,6 em abril para 54,9 em maio, um pouco abaixo das estimativas. Esse foi o quarto aumento mensal consecutivo, com o ritmo de expansão acelerando para o nível mais acentuado desde abril de 2022. Já o PMI composto, que inclui serviços e indústria, registrou 54,3 em maio, ante 53,4 em abril, sinalizando a expansão mais rápida da atividade empresarial em pouco mais de um ano.

Por fim, na China, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) apresentou um aumento de 0,2% em maio, enquanto o Índice de Preços ao Produtor (PPI) registrou uma queda de 4,6% em relação ao ano anterior, marcando a queda mais acentuada desde maio de 2016. Em termos de juros, os principais bancos estatais chineses decidiram reduzir as taxas de juros sobre os depósitos, o que pode ser um sinal de um possível corte na taxa básica de juros pelo Banco Central do país. Além disso, os dados da balança comercial chinesa, mostraram que as exportações caíram 7,5%, quando se esperava um crescimento de 1,0%. O dado reforçou as preocupações quanto ao ritmo da recuperação econômica da segunda maior economia do mundo.

O Dólar fechou a semana com queda de -1,56% em relação ao Real, em R$ 4,88/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -20 bps na semana, atingindo 11,11%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa brasileira foi positivo em cerca de +R$ 0,8 bilhões.

O que esperar na semana em curso? Na seara internacional, teremos uma agenda de indicadores intensa, com destaque para os dados de inflação na Alemanha, Estados Unidos e Zona do Euro, além das decisões de taxa de juros pelo Banco Central do Japão, pelo Fed e pelo Banco Central Europeu (BCE). Em relação aos EUA, esperamos a manutenção dos Fed Funds no atual patamar até o final do ano, condizente com os dados recentes de desaceleração na atividade. Já na Europa, enxergamos situação mais desafiadora para a inflação e esperamos que o BCE eleve sua taxa básica em 0,25pp, mesmo diante de recessão técnica confirmada pelos dados do PIB divulgados na semana. Também de relevância para o Brasil e mercados emergentes, serão divulgados na quarta-feira os dados de atividade econômica da China referentes a maio, que podem motivar autoridades locais a iniciarem estímulos econômicos, caso a desaceleração recente na economia seja comprovada.

No Brasil, destaque para a divulgação de indicadores da atividade econômica. Na quarta-feira (14), o IBGE publicará a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de abril. As vendas varejistas devem apresentar resultados mistos, após o forte crescimento – acima das expectativas – registrado em março. Além disso, acreditamos que o setor de serviços avançou moderadamente em abril. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) referente àquele mês será divulgada pelo IBGE na quinta-feira (15). Em linhas gerais, prevemos desaceleração suave do consumo ao longo de 2023. A expansão da massa de renda disponível às famílias e algum alívio na inflação corrente (sobretudo de alimentos) contrabalança as condições de crédito apertadas em meio à política monetária contracionista. Por fim, conheceremos o IBC-Br de abril – proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central – na sexta-feira (16). O indicador deverá exibir alta modesta na margem, após elevação acentuada no 1º trimestre, na esteira da safra recorde de grãos.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (12.06.2023)

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