Por Heraldo Palmeira
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8 de novembro de 2024

A Semana 57

Moerschy/Pixabay

A Semana 57

(Resumo de Mercado – 26 a 30 de junho e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -0,75% | 118.087 pontos

Na semana que marcou o fim do primeiro semestre de 2023, o Ibovespa encerrou em queda de 0,8% aos 118.087 pontos. No entanto, no acumulado do semestre, registrou alta de 7,6%. Um destaque da semana foi a valorização das ações da Gol (GOLL4) em 8,7%, impulsionada pela expectativa de redução da taxa de juros. Por outro lado, as ações da Via (VIIA3) caíram 9,7% após o empresário Michael Klein, da família fundadora da Casas Bahia, entrar com um processo contra a empresa buscando a liberação de lojas e imóveis oferecidos como garantia em pagamentos de passivos fiscais e trabalhistas.

No Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação para o ano de 2026 em 3,0%, mantendo as mesmas metas já estabelecidas para 2024 e 2025. Além disso, o CMN anunciou uma mudança significativa no horizonte de convergência da meta, que passará a ser contínuo a partir de 2025, não mais baseado no ano-calendário. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou a possibilidade de cortes futuros na taxa de juros. O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, registrou deflação em relação ao mês anterior, reforçando o cenário de desaceleração da inflação no Brasil. Essas informações indicam a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual em agosto, seguido por cortes sequenciais de 0,50 ponto percentual, resultando em taxas de juros de 12,00% e 11,00% para o final de 2023 e 2024, respectivamente.

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou em um discurso que os juros devem subir nas próximas duas reuniões, caso os dados econômicos indiquem que a inflação no país continua resistente. Além disso, os 23 bancos americanos submetidos ao teste de estresse anual do Fed mostraram resiliência diante de um cenário de recessão severa. Esse teste era aguardado após a turbulência bancária ocorrida há alguns meses, e impulsionou os ganhos do mercado com o índice encerrando a semana com alta de 2,4%. Em relação aos indicadores econômicos, o índice PCE (Personal Consumption Expenditures), considerado a medida preferida de inflação pelo Fed, subiu 0,1% em maio, abaixo das expectativas, e apresentou um aumento de 3,8% nos últimos 12 meses, o menor número desde abril de 2021. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 2,0% no primeiro trimestre de 2023, de acordo com a terceira estimativa, superando as expectativas. Esses dados levantaram preocupações adicionais em relação ao ciclo de aumento das taxas de juros nos EUA e impulsionaram os rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

Na China, junho registrou o terceiro mês consecutivo de contração nos dados da atividade fabril. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial subiu de 48,8 em maio para 49,0 em junho, enquanto o PMI de serviços recuou de 54,5 para 53,2 neste mês. Valores abaixo de 50 indicam contração na atividade econômica. Esses dados decepcionantes de crescimento econômico continuam impactando a queda dos preços das commodities, principalmente do minério de ferro.

O dólar encerrou a semana estável com variação de 0,01% em relação ao Real, cotado a R$ 4,78/US$. A curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou com uma queda de 13 pontos-base na semana, atingindo 10,84%.

Em relação à movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa, houve um saldo acumulado negativo de aproximadamente R$ 400 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

No cenário internacional, a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve estará em foco, com divulgação prevista para quarta-feira. Na sexta-feira, terá destaque o relatório de emprego dos Estados Unidos, que trará informações sobre a criação de empregos, a taxa de desemprego e a evolução dos salários. Além disso, serão relevantes as publicações dos índices ISM de serviços e indústria.

No Brasil, a agenda política estará movimentada. A Câmara dos Deputados concentrará esforços para votar três temas de interesse do governo: o novo arcabouço fiscal, as mudanças no CARF e a reforma tributária. Esses projetos são considerados fundamentais pela equipe econômica para garantir a previsibilidade fiscal, aumentar a arrecadação nos próximos anos e impulsionar o crescimento econômico de longo prazo.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (03.07.23)

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