Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana 58

Moerschy/Pixabay

A Semana 58

(Resumo de Mercado – 3 a 7 de julho e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +0,69% | 118.898 pontos

No período mencionado, o Ibovespa registrou um aumento de +0,69%, alcançando 118.898 pontos. Apesar da semana negativa nos mercados internacionais, o Ibovespa manteve-se resiliente e encerrou em alta, impulsionado pelo avanço de pautas econômicas em Brasília.

Um dos destaques no Brasil foi a aprovação da reforma tributária, após longos 30 anos de discussões. A Câmara aprovou o texto-base da reforma tributária, que busca unificar cinco tributos sobre o consumo em um único Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Essa reforma tem potencial positivo no âmbito macroeconômico, pois busca criar um sistema mais transparente, equilibrado e simplificado. Isso poderia reduzir litígios, custos de conformidade e má alocação de capital, estimulando a produtividade no longo prazo. No entanto, os impactos imediatos nas empresas são ambíguos, uma vez que a carga tributária pode aumentar ou diminuir dependendo do setor. Na sexta-feira, também foi aprovado o Projeto de Lei do Carf, que prevê a retomada do voto de qualidade pelo governo, sendo fundamental para aumentar a arrecadação dentro das novas regras fiscais. Ambos os textos serão enviados agora ao Senado. Esses avanços levaram a uma queda nas taxas de juros futuros e impulsionaram a Bolsa a iniciar a primeira semana de julho em território positivo.

Nos mercados globais, os ativos foram pressionados pelo receio de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed). A ata da última reunião da instituição, divulgada na quarta-feira, indicou que o banco central americano pode continuar elevando as taxas de juros após a “pausa” em junho. Os dados econômicos divulgados durante a semana reforçaram essa perspectiva: o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços medido pelo ISM subiu de 50,3 em maio para 53,9 em junho, e o ADP mostrou a criação de 497 mil empregos no mês passado, muito acima das expectativas de 267 mil. Por outro lado, o relatório de emprego (payroll) indicou a criação de 209 mil vagas em junho, ligeiramente abaixo das projeções de 230 mil, enquanto a taxa de desemprego caiu levemente para 3,6%. Em resumo, os dados continuam indicando um mercado de trabalho aquecido, reduzindo consideravelmente a possibilidade de o Fed não elevar as taxas de juros na próxima reunião. Isso resultou em um aumento nas taxas de juros dos títulos do Tesouro americano, com o de 2 anos atingindo o maior nível desde 2007, e as bolsas globais fechando a semana em baixa.

O dólar encerrou a semana com uma valorização de +1,81% em relação ao Real, sendo cotado a R$ 4,87/US$. A curva DI para o vértice de janeiro/37 apresentou uma queda de -4 bps durante a semana, chegando a 10,84%.

Quanto ao fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira, houve um saldo negativo de aproximadamente -R$ 700 milhões na movimentação dos investidores estrangeiros. Já os investidores institucionais registraram um saldo positivo de cerca de R$ 500 milhões, enquanto os investidores pessoa física tiveram um saldo negativo de R$ 60 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

Há alguns eventos relevantes tanto no cenário internacional quanto no Brasil. Nos Estados Unidos, destaca-se a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) referente a junho, na quarta-feira. Também será divulgada a inflação ao produtor (PPI) do mês passado, na quinta-feira. Além disso, diversos dirigentes do Fed farão discursos ao longo da semana, podendo influenciar as expectativas em relação à política monetária futura. No Reino Unido, o foco estará no relatório de emprego na terça-feira e no PIB mensal de maio na quinta-feira. Na China, serão divulgados os dados de inflação ao produtor e ao consumidor no domingo, enquanto os resultados do comércio exterior de junho serão conhecidos na sexta-feira.

No Brasil, também haverá uma agenda de indicadores relevantes. O destaque será o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, divulgado na terça-feira, esperando-se uma expansão de 3,11% em relação ao mesmo período do ano anterior. A desaceleração em relação a maio será principalmente influenciada pela queda nos preços dos alimentos, pelos descontos nos preços de automóveis novos e pela redução nos preços da gasolina após os reajustes realizados pela Petrobras. Em relação à atividade econômica, vale destacar a divulgação das vendas no varejo e das receitas do setor de serviços em maio. De acordo com as estimativas, o comércio varejista permaneceu praticamente estável no mês, com sinais mistos entre as diferentes categorias. As condições de crédito mais restritas e o alto endividamento das famílias compensam a expansão da renda disponível e a queda da inflação no curto prazo. Quanto ao setor de serviços, espera-se um crescimento moderado em maio, com os segmentos de informação, comunicação e transportes continuando em trajetória ascendente, apesar da desaceleração no segundo trimestre.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (10.07.23)

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