Por Heraldo Palmeira
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8 de novembro de 2024

A Semana 60

MoerschyPixabay

A Semana 60

(Resumo de Mercado – 24 a 28 de julho e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -0,02% | 120.187 pontos

A semana começou com otimismo, já que o Ibovespa chegou a ultrapassar os 122 mil pontos. No entanto, os ganhos não foram sustentados, e o índice fechou praticamente estável, com uma leve queda de -0,02%. Vários indicadores importantes globais influenciaram os mercados, como as decisões de juros dos principais bancos centrais de mercados desenvolvidos, dados relevantes sobre atividade e inflação global, além da temporada de resultados no Brasil e nos EUA, e a elevação do rating soberano pela agência Fitch.

No cenário global, a política monetária teve destaque: os EUA, Europa e Japão anunciaram suas decisões de juros. O Federal Reserve (Fed) aumentou os juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 5,25% e 5,5%. O Banco Central Europeu (BCE) também elevou suas taxas de juros de referência em 0,25 ponto percentual, como esperado. Enquanto o Fed pode encerrar seu ciclo de aperto, prevê-se que o BCE ainda eleve os juros novamente devido à inflação persistente na economia europeia. Já o Banco Central do Japão (BoJ) manteve suas taxas inalteradas, conforme previsto, mas surpreendeu ao dar maior flexibilidade à sua política de controle da curva de juros, o que resultou em taxas de juros mais altas em nível global.

Nos EUA, os indicadores econômicos foram favoráveis, com o crescimento da economia americana em 2,4% trimestral, superando as expectativas de mercado. Além disso, o dado de deflator PCE (excluindo itens voláteis) indicou uma desaceleração para 4,1% em junho, apontando para uma tendência de acomodação, embora ainda acima da meta de 2,0%.

A temporada de resultados nos EUA também contribuiu para o sentimento positivo dos investidores, com mais de 51% das empresas do S&P 500 reportando seus balanços do 2º trimestre, e 81% delas superando as expectativas de lucros. Com a desaceleração da inflação, resiliência da economia e resultados corporativos surpreendentes, os índices americanos tiveram uma semana positiva.

No cenário internacional, destacou-se a forte alta nas bolsas chinesas devido a um amplo pacote de incentivos do governo chinês focado no consumidor e apoio ao setor imobiliário. As autoridades também sinalizaram uma reaproximação com o setor de tecnologia, revertendo a ampla intervenção do governo dos últimos anos.

No Brasil, os destaques econômicos foram a deflação mensal do IPCA-15, com queda de 0,07% em julho, o que aumentou as apostas de um corte maior na taxa Selic a partir de agosto. No entanto, o time de Economia ainda espera um corte de 0,25 ponto percentual na decisão da próxima semana. A agência Fitch elevou a classificação de crédito do Brasil para BB, com perspectiva “estável”, refletindo melhorias macro e fiscais no país, embora o grau de classificação ainda seja especulativo.

No mercado corporativo brasileiro, os balanços do 2º trimestre foram divulgados por apenas 11 empresas do Ibovespa, mostrando uma forte contração de lucros, principalmente puxada pela Vale (VALE3). No mercado cambial, o dólar fechou a semana em queda de -1,05% em relação ao real, chegando próximo à mínima do ano. Os juros futuros na renda fixa encerraram a semana com movimentos mistos, mas próximos da estabilidade em comparação com a última sexta-feira.

O saldo acumulado de investimento estrangeiro na Bolsa foi positivo em cerca de R$ 1,76 bilhões, enquanto entre os investidores domésticos o saldo foi negativo em aproximadamente R$ -1,1 bilhões para investidores institucionais e R$ -480 milhões para investidores Pessoa Física.

Perspectivas para a semana em curso

Na economia global, a agenda traz vários indicadores importantes de atividade econômica, como a primeira estimativa do PIB do 2º semestre da Zona do Euro, a sondagem PMI em vários países, incluindo China, Estados Unidos, Europa e América Latina, a inflação na Zona do Euro, a decisão de juros do Banco Central do Reino Unido e o aguardado relatório de emprego dos Estados Unidos.

No Brasil, o destaque será a decisão do Copom, com a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic para 13,50%. Espera-se que o Comitê seja cauteloso diante da inflação de serviços desafiadora e das expectativas ainda desancoradas, adiando decisões mais agressivas para as próximas reuniões.

Além disso, na terça-feira teremos a divulgação da produção industrial de junho pelo IBGE, para a qual se espera uma queda mensal de -0,4%.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (31.07.23)

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