Por Heraldo Palmeira
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8 de novembro de 2024

A Semana 61

Joel Santana (Joelfotos)/Pixabay

A Semana 61

(Resumo de Mercado – 31 de julho a 4 de agosto e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -0,6% | 119.508 pontos

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou uma queda de -0,6%, fechando aos 119.508 pontos em mais uma semana negativa para os ativos do país. A Petrobras (PETR4) teve um desempenho levemente positivo acumulado (+0,8%), mas caiu -3,0% na sexta-feira, influenciada por declarações do presidente Jean Paul Prates sobre a política de preços da empresa e resultados do segundo trimestre, que desapontaram os investidores.

Os frigoríficos tiveram destaque positivo na semana, com BRFS3 subindo +19,7%, MRFG3 +17,9% e JBSS3 +9,9%, devido às expectativas mais otimistas para os próximos resultados que serão reportados. Por outro lado, a Via (VIIA3) teve a maior queda (-11,8%), devido a expectativas de resultados novamente fracos, assim como o Bradesco (BBDC4), que caiu -5,3% na semana, após divulgação de resultados ruins no segundo trimestre e revisão para baixo do seu guidance para o restante do ano.

O principal evento no Brasil foi a decisão do Copom de cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25%. Essa decisão foi dividida, com 4 dos 9 diretores votando a favor de um corte menor de 0,25 ponto percentual, o que era esperado por parte do mercado. O Comitê justificou a decisão destacando os efeitos defasados da política monetária e a melhora recente nas expectativas de inflação, considerando o ritmo de corte de 0,50 ponto percentual “adequado” para as próximas reuniões. Essa decisão animou inicialmente o mercado local, mas a alta não se sustentou, pressionada pelos resultados da Petrobras (PETR4) e do Bradesco (BBDC4), além do cenário internacional.

Nos Estados Unidos, os principais índices americanos tiveram a pior semana desde março, impactados pelo rebaixamento do crédito soberano Fitch e pelos dados do payroll. A agência Fitch rebaixou a nota da dívida soberana de longo prazo dos EUA de AAA para AA+, levando as taxas das Treasuries a subirem aos maiores níveis do ano e pressionando o mercado de ações. O relatório de empregos mensal mostrou a criação de 187 mil vagas em julho, abaixo das expectativas de 200 mil, e a taxa de desemprego teve uma leve queda para 3,5%. A desaceleração do mercado de trabalho levou à expectativas de uma pausa no ciclo de alta nos juros, aliviando as taxas das Treasuries, que ainda terminaram a semana nos maiores níveis dos últimos meses. O índice de volatilidade (VIX) também subiu acima dos 17 pontos.

Além disso, os resultados do segundo trimestre também influenciaram o mercado americano, com destaque positivo para a Amazon, que superou as expectativas de lucro e receita e deu um guidance acima do esperado. Por outro lado, a Apple reportou resultados mistos, registrando o terceiro trimestre consecutivo de queda na receita, levando à forte queda de suas ações e ao encolhimento de seu valor de mercado a US$ 3 trilhões, tornando-a a maior empresa do S&P 500.

Na Europa, as bolsas também tiveram uma semana negativa, pressionadas pelos dados dos EUA. O Banco Central da Inglaterra subiu os juros em 0,25 ponto percentual, para 5,25%, sendo este um destaque na região. Na Ásia, o índice chinês CSI 300 foi o único positivo entre as principais bolsas globais, impulsionado por notícias de mais estímulos para fortalecer a economia chinesa.

O dólar fechou a semana em alta de 3,03% em relação ao Real, sendo cotado a R$ 4,88/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/37 fechou -6 pontos base na semana, atingindo 11,08%.

O fluxo estrangeiro na Bolsa brasileira foi negativo em cerca de R$ 440 milhões, enquanto os investidores institucionais também registraram saldo negativo de cerca de R$ 190 milhões. Já os investidores pessoa física tiveram um saldo positivo de R$ 480 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

A agenda econômica no Brasil será agitada, com destaque para a divulgação da ata do Copom, o IPCA de julho e os resultados das pesquisas mensais do comércio e serviços. No cenário internacional, a divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI) relativo a julho, a inflação ao produtor (PPI) e as leituras da balança comercial e inflação na China são eventos que estarão no centro das atenções. Além disso, o Reino Unido divulgará o PIB do segundo trimestre.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (07.08.23)

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