Por Heraldo Palmeira
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8 de novembro de 2024

A Semana 64

Joel Santana (Joelfotos)/ Pixabay

A Semana 64

(Resumo de Mercado – 21 a 25 de agosto e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +0,37% | 115.837 pontos

Em semana com retornos voláteis, o Ibovespa fechou a primeira semana positiva de agosto, com ganhos de 0,4% aos 115.837 pontos. Os ativos brasileiros foram afetados principalmente pelo cenário externo, com um forte movimento nas taxas de juros de títulos globais, além de terem sido negociados nos últimos dias no aguardo do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), no Simpósio de Jackson Hole. No âmbito doméstico, o IPCA-15 e a aprovação do novo arcabouço fiscal também movimentaram os mercados.

Nos mercados internacionais, chamou a atenção a alta das taxas de juros globais, com os investidores aguardando mais sinais sobre a política monetária dos EUA. No início da semana, as taxas das Treasuries de 10 anos chegaram a atingir o maior nível desde 2007, impulsionado por uma combinação de dados ainda sinalizando resiliência da economia americana, preocupações com a situação fiscal após as recentes revisões por agências de crédito, expectativas de que a política monetária poderá continuar em níveis restritivos, além de uma discussão sobre o patamar do juro neutro.

Do lado mais positivo, os mercados chegaram a reagir bem à aprovação da proposta do novo arcabouço fiscal pelo Congresso. A Câmara dos Deputados manteve algumas mudanças feitas pelo Senado, como a exclusão do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) do limite de gastos, enquanto rejeitou outras como a exclusão dos gastos com ciência, tecnologia e inovação do limite de gastos e da provisão para aumento de gastos condicionados referente à diferença de inflação acumulada em 12 meses, de dezembro de 2022 a junho de 2023. Na sequência, o texto vai à sanção presidencial.

Porém, na sexta-feira, os ativos brasileiros voltaram a ser pressionados pelo IPCA-15 acima do esperado e pela tão aguardada fala do presidente do Fed. Sobre o primeiro, o dado avançou 0,28% m/m, acima das expectativas do mercado (0,16%). Na variação em 12 meses, a inflação subiu para 4,24% de 3,19% em junho. Além disso, pesou no mercado o discurso mais duro de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole, na qual ele reiterou que as taxas de juros nos EUA poderiam continuar subindo, caso necessário.

O Dólar fechou a semana em queda de -1,9% em relação ao Real, em R$ 4,87/US$. Na Renda Fixa, a curva de juros futuros encerrou a semana com movimentos mistos: enquanto os vértices curtos ficaram próximos aos níveis da última semana, a ponta longa da curva apresentou queda, reduzindo a inclinação.

Quanto ao fluxo na Bolsa brasileira, houve uma saída de capital estrangeiro de cerca de R$ 1,2 bilhão. Já o saldo de investidores institucionais foi levemente positivo, em R$ 1,1 bilhão, enquanto investidores Pessoa Física registraram saldo negativo de R$ 220 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

Na agenda internacional, a semana será repleta de indicadores importantes. Na terça-feira, será publicado o relatório JOLTS, que traz a abertura de vagas e a oferta de mão de obra no mercado de trabalho dos Estados Unidos. Na quarta-feira, teremos a segunda estimativa do PIB americano no 2º trimestre e PMIs (Índices de Gerentes de Compras) da China referentes a agosto, que podem dar maior clareza sobre a tendência de crescimento no atual semestre. Na quinta-feira, a inflação ao consumidor da Zona do Euro de agosto e a medida de inflação preferida do Federal Reserve (núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal) relativa a julho serão publicadas. Por último, na sexta-feira, haverá a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos (Nonfarm Payroll) referente a agosto. Todos esses indicadores serão altamente relevantes para a condução da política monetária nos próximos meses.

No Brasil, agenda econômica também cheia de indicadores. Destaque para a divulgação do PIB do 2º trimestre (sexta-feira), que deve mostrar elevação de 0,5% em relação ao 1º trimestre (2,8% ante o mesmo trimestre de 2022). As principais estatísticas do mercado de trabalho também serão publicadas na semana que vem. O CAGED (quarta-feira) deve apresentar ritmo moderado de geração de emprego formal em julho (prevemos 148 mil), enquanto a PNAD Contínua (quinta-feira) provavelmente exibirá queda adicional – embora modesta – da taxa de desemprego no mês passado (de 8,0% para 7,9%, segundo as nossas estimativas). Além disso, o Banco Central divulgará os dados do mercado de crédito referentes a julho (segunda-feira). Por fim, no que diz respeito às contas fiscais, destaque para o resultado primário do governo central referente ao mês passado (quinta-feira), que deve registrar déficit de R$ 34,7 bilhões. Ademais, o Banco Central publicará sua nota de política fiscal (sexta-feira), que deve apresentar déficit de R$ 35,0 bilhões para o setor público consolidado e dívida bruta do governo geral chegando a 73,9% do PIB.

Fonte

Valore-Elbrus (28.08.23)

(vinculada à XP Investimentos)

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