Por Heraldo Palmeira
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8 de novembro de 2024

A Semana 68

Peggy/Pixabay

A Semana 68

(Resumo de Mercado – 18 a 22 de setembro e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -2,31% | 116.009 pontos

Na semana que passou, com uma série de decisões de política monetária em diversos países, o Ibovespa registrou uma queda de 2,3%, fechando em 116.009 pontos. Além das movimentações nas taxas de juros nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Brasil, os mercados também acompanharam de perto o relatório de receitas e despesas do governo brasileiro, juntamente com o anúncio de uma proibição temporária de exportação de combustíveis pela Rússia, o que exerceu pressão sobre os preços do petróleo.

No cenário brasileiro, o destaque principal foi a redução esperada de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, levando-a para 12,75% ao ano. O comunicado após a reunião do Copom ressaltou a necessidade de o governo manter um firme controle sobre as metas fiscais, conforme estabelecido pelo arcabouço econômico, e indicou que o ritmo atual de cortes era o mais apropriado. Na semana anterior, as preocupações fiscais voltaram a ganhar destaque após a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, evidenciando os desafios do governo em aumentar a arrecadação de impostos a curto prazo, enquanto as despesas obrigatórias continuam a crescer.

No cenário internacional, o evento mais relevante foi a decisão do Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos (FOMC) de manter as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50%. O discurso subsequente do presidente do Federal Reserve Jerome Powell alertando que as taxas permanecerão elevadas por mais tempo e que aumentos nas taxas de juros dos EUA podem ocorrer, influenciou negativamente o mercado. Como resultado, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos subiram para 4,43% no final da semana.

Outros bancos centrais – Reino Unido, Japão e China – optaram por manter suas taxas de juros inalteradas. Na China, a semana foi marcada por um acordo entre incorporadoras e credores, visando aliviar as pressões no mercado imobiliário chinês. Além disso, houve discussões sobre a flexibilização das regras para o investimento estrangeiro direto em empresas chinesas públicas e listadas, como parte dos esforços para apoiar a recuperação econômica local.

O Real encerrou a semana com uma desvalorização de 1,48% em relação ao Dólar, atingindo R$ 4,94 por dólar. Na área de renda fixa, a curva de juros futuros apresentou um aumento, com exceção dos vencimentos de curto prazo.

A Bolsa brasileira registrou uma saída de capital estrangeiro de cerca de R$ 210 milhões. O saldo dos investidores institucionais foi negativo em R$ 1,18 bilhão, enquanto os investidores pessoa física registraram um saldo positivo de R$ 730 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

Na agenda internacional, os dirigentes do Federal Reserve e do Banco Central Europeu farão discursos públicos, o que pode fornecer mais informações sobre a direção da política monetária no futuro. Na quinta-feira, a atenção se voltará para a divulgação do PIB do segundo trimestre nos Estados Unidos, com a segunda estimativa indicando um crescimento de 2,0% em relação ao trimestre anterior (em termos anualizados e ajustados sazonalmente). Os principais eventos da semana estão programados para a sexta-feira, incluindo o índice de preços ao consumidor da Zona do Euro referente a setembro e a inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos, relativa a agosto.

No Brasil, a agenda econômica está repleta de divulgações importantes. Após o anúncio de uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na semana passada, o Banco Central publicará a ata do Copom na terça-feira e o Relatório Trimestral de Inflação na quinta-feira. Os participantes do mercado aguardam análises sobre o impacto das taxas de juros mais elevadas no cenário global e o grau de ociosidade na atividade doméstica (hiato do PIB), entre outros tópicos. No campo dos indicadores econômicos, destaca-se o IPCA-15 de setembro na terça-feira, que deve mostrar um aumento mensal de 0,35%, de acordo com nossas estimativas (alta de 5,00% em 12 meses). Os principais dados do mercado de trabalho também serão divulgados na próxima semana. O CAGED na quinta-feira deve apresentar um ritmo moderado de criação de vagas formais em agosto (prevemos 168 mil), enquanto a PNAD Contínua na sexta-feira provavelmente mostrará uma queda adicional, ainda que modesta, na taxa de desemprego no mês passado (de 7,9% para 7,8%). Além disso, a agenda inclui os resultados do setor externo na segunda-feira, do mercado de crédito na quarta-feira e das contas fiscais em agosto. Em relação a este último, estimamos déficits primários de R$ 24,3 bilhões para o governo central na quinta-feira e R$ 24,1 bilhões para o setor público consolidado na sexta-feira.

Fonte

Valore-Elbrus (25.09.23)

(vinculada à XP Investimentos)

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