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Arquivos que não envelhecem
- Evelyn Lamoglia
Estava revirando velhos arquivos e me reencontrei com algo que escrevi em 2007. O danado é que, em muitas coisas, parece que o tempo não andou nestes quase 20 anos desde então.
Música… sempre, muita, boa…
Não consigo imaginar minha vida sem música. Consigo imaginá-la sem quase tudo, não sem música. Ao acordar, para dormir, para trabalhar, para concentrar, para desopilar, para lembrar, para esquecer, para espantar os maus espíritos, para atrair os bons, para refletir, para mandar recado, para entender a vida, os sentimentos, as pessoas, me entender, pedir desculpas, encontrar justificativas, atentar para o ridículo, atentar para o sublime…
Nessa mistura, cada tipo, cada gênero tem seu lugar e sua hora. Do canto gregoriano a Pink Floyd. Só basta que seja boa e caiba no momento. O único problema é quando a música chega sem pedir licença, sem ter sido escolhida e cutuca um sentimento que não deveria estar disponível para aflorar naquele momento. Por vezes isso causa um alvoroço, pode ser uma euforia, pode ser uma nostalgia…
Que coisa é essa que pode tanto? E que dependência é essa que me permite dar a ela ares de remédio e veneno?
Ah!… antes que eu me esqueça: deveríamos inventar outro nome para certas coisas que andam por aí, entupindo os ouvidos desavisados, mal-educados, malformados, não pensantes. Não é justo serem chamadas de música.
*EVELYN LAMOGLIA, aposentada de obrigações