Sergei Tokmakov/Pixabay
A Semana
(Mercado – 20 a 24 de junho)
Ibovespa: -1,2% | 98.672 pontos
Em semana de respiro nas bolsas americanas, com Nasdaq encerrando positivo em +7,5% e S&P500 em +6,4%, o Ibovespa termina em queda de -1,2% aos 98 mil pontos, reverberando ainda a queda no preço das commodities, causada pelo temor de recessão econômica.
Nos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reafirmou em discurso que o compromisso em combater a inflação no país é incondicional, apesar de reconhecer que taxas de juros mais elevadas podem aumentar o desemprego. O discurso de Powell foi seguido por declarações de outros dirigentes apontando para a direção de mais uma elevação de 0,75 pontos na próxima reunião do Fed. Ainda sobre juros, os dados do PMI composto americano desacelerarem para 51,2 pontos em junho vs. 53,6 do mês anterior, recuando a uma nova mínima dos últimos 5 meses. Mesmo com as quedas, no entanto, os indicadores ficaram acima da marca de 50 pontos, indicando uma expansão da atividade, ainda que a um ritmo mais fraco. Com a redução na atividade econômica, a inflação poderá perder tração e, como resultado, o banco central americano poderá reduzir o número e o tamanho das altas de juros nos próximos meses.
No Brasil, tivemos a divulgação da ata da última reunião do Copom, com destaque para o ambiente global com pressões inflacionárias fortes e persistentes. O Copom enfatizou a maior disseminação da inflação no país, que atinge tanto os itens mais voláteis quanto aqueles mais sensíveis ao ciclo econômico. Além disso, pontuou também que medidas legislativas que visam à redução de tributos sobre combustíveis (entre outros bens e serviços) aumentariam a expectativa de inflação para 2023. Após a publicação da ata, reiteramos a expectativa de que o Copom promoverá mais uma elevação de 0,50 p.p. na taxa Selic em agosto, levando a taxa básica de juros para 13,75%.
Nos dados econômicos domésticos, o IPCA-15 registrou variação positiva de 0,69% em junho na base mensal, um pouco acima dos 0,62% esperados pelo consenso, mas ainda assim foi um avanço bem mais contido, comparando com o comportamento do índice nos primeiros meses deste ano. De qualquer forma, os dados reforçam a persistência da inflação e sua disseminação. Já na política, o governo tem sinalizado medidas de expansão fiscal para compensar o aumento dos preços dos combustíveis, dentre elas a criação do auxílio caminhoneiro, no valor de R$1.000, e o programa vale-gás. Ambas as medidas seriam incluídas na “PEC dos Combustíveis” (16/22), que deve ser votada no Senado na próxima semana e o gasto total acima do teto constitucional de gastos pode ultrapassar R$ 50 bilhões.
Já na China, o presidente Xi Jinping reafirmou o compromisso do país em cumprir a meta de 5,5% de crescimento em 2022 e implementará incentivos macroeconômicos mais eficazes, mesmo em meio a políticas de zero Covid. A declaração foi bem recebida pelo mercado, como um sinal de mais estímulo econômico pela frente.
O Dólar fechou a semana com alta de +1,72% em relação ao Real, em R$ 5,24/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 apresentou queda de -5 bps na semana, atingindo 12,64%.
Para o cenário internacional, os destaques serão a divulgação do deflator PCE referente a maio, medida de inflação preferida pelo Fed, a inflação ao consumidor (CPI) da Zona do Euro e dados de emprego dos EUA, incluindo o Payroll (criação de empregos não agrícolas) de junho. No cenário doméstico, os destaques serão a divulgação de dados de mercado de trabalho de maio (Pnad e Caged), resultados fiscais de maio e o IGP-M de junho.
Em relação ao fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros foi de cerca de – R$ 1,7 bilhões, até dia 22/06/2022.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (27.06.2022)