Sergei Tokmakov/Pixabay
A Semana
(Resumo de Mercado – 22 a 26 de agosto)
Ibovespa: +0,7% | 112.229 pontos
Semana marcada pelo Simpósio de Jackson Hole, que movimentou os mercados após o discurso do presidente do Federal Reserve, o Ibovespa encerrou em leve alta de +0,7%.
Nos mercados globais, o principal foco foi o aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, em Jackson Hole, que foi curto e hawkish. Powell admitiu que restaurar a estabilidade de preços nos EUA levará algum tempo e demandará o uso de ferramentas com força para equilibrar a demanda e a oferta – mantendo a porta aberta para uma nova alta de juro de 0,75 p.p. Além disso, afirmou que uma abordagem tão dura, com uma taxa de juro mais alta, vai fazer a inflação desacelerar, mas uma fatura terá que ser paga para isso, se referindo à economia e ao mercado de trabalho do país. O tom do discurso do presidente do banco central americano não caiu bem nos ouvidos do mercado, e Nasdaq e S&P 500 encerraram a semana em queda de -4,4% e -4,0% respectivamente.
Ainda nos EUA, o núcleo do deflator PCE, medida de inflação preferida do Fed, subiu 0,1% em julho na comparação mensal e acumula alta de 4,6% em doze meses. O resultado representa uma desaceleração em comparação com junho e ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava uma alta mensal de 0,2% e anual de 4,7%. O núcleo do deflator PCE exclui os preços de alimentos e energia, que são mais voláteis e menos responsivos à política monetária. Já a prévia do índice de gerente de compras composto, conhecido como PMI, recuou de 47,7 em julho para 45,0 em agosto, o nível mais baixo desde maio de 2020. Este movimento decorreu, em grande medida, do enfraquecimento do componente serviços. Enquanto isso, o índice do setor industrial declinou de 52,2 em julho para 51,3 em agosto, inferior à mediana de projeções dos analistas. As leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade.
No Brasil, o IPCA-15, prévia do índice oficial de inflação do país, recuou -0,73% em agosto em relação a julho, graças ao impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre os preços de combustíveis e da energia elétrica. É a menor taxa desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em novembro de 1991, mas frustrou as expectativas do mercado, que esperava deflação de -0,83% no mês. Com isso, o indicador desacelerou para 9,6% na comparação anual com agosto de 2021 e voltou a ficar abaixo dos 2 dígitos.
Na China, foi aprovado um pacote de US$ 146 bilhões de estímulos fiscais, focado em investimentos de infraestrutura. Os estímulos econômicos vêm em meio ao registro do maior número de casos da Covid-19 dos últimos 3 meses, catalisando novas restrições, e a pior seca das últimas seis décadas no país, que já resulta em racionamento de energia em centros industriais. Além disso, o Banco Popular da China anunciou corte na taxa de empréstimos em resposta à desaceleração da economia. Outra notícia positiva foi um acordo que concederá acesso a documentos de auditoria para reguladores americanos de empresas chinesas com ações negociadas nos EUA, diminuindo temores a respeito dessas companhias nas bolsas americanas.
O Dólar fechou a semana com queda de -2,06% em relação ao Real, em R$ 5,06/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 apresentou queda de 3 bps na semana, atingindo 11,99%.
No cenário internacional, o destaque será a divulgação dos dados de emprego de agosto nos EUA. Além disso, a inflação ao produtor de julho e a prévia ao consumidor em agosto na Zona Euro serão bastante importantes, assim como dados de atividade nos EUA, Europa e China.
No Brasil, o destaque será a divulgação do PIB do segundo trimestre. Além disso, teremos a produção industrial, dados fiscais e de mercado de trabalho referentes a julho e o IGP-M de agosto. O Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2023 deverá ser apresentado até a próxima quarta.
O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 2,9 bilhões, até dia 17/08/2022.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (29.08.2022)