Bola Azteca (Copa 1986)/Divulgação
1986 Brasil nas Copas
- Sylvio Maestrelli
A Copa do Mundo de 1986 foi realizada no México. Vencedor: Argentina.
A final Argentina 3×2 Alemanha Ocidental fez da Argentina bicampeã mundial, num jogo emocionante. Foi a Copa de um Maradona genial e do seu famoso e histórico gol de mão – numa partida de gala do jogador contra os ingleses –, que gerou a “explicação” marota “La mano de Dios”.
Face à desistência da Colômbia em sediar a Copa, o México foi escolhido pela segunda vez. No Brasil, após a imensa tristeza pela derrota do futebol-arte em 1982, a ordem na CBF era renovar a equipe. Telê Santana foi substituído por Parreira, que ficou no cargo até 1983, tendo sido vice-campeão da Copa América. Depois dele, Edu Antunes e Evaristo de Macedo tiveram passagens rápidas como técnicos, testando alguns novos jogadores, mas não convencendo como treinadores da Canarinho.
Em 1985, Telê foi novamente convidado e ficou até o final da Copa. Foi um período bastante tumultuado no futebol brasileiro. De um lado, se após 1982 muitos craques foram jogar na Europa (principalmente na Itália), a partir de 1985, alguns, já veteranos, estavam retornando para clubes brasileiros. De outro, duas promissoras gerações conquistaram as Copas do Mundo FIFA Sub-20 em 1983 (Geovani, Bebeto, Dunga, Mauricinho…) e em 1985 (Taffarel, Müller, Silas, Dida…) e já pediam passagem rumo à Seleção principal.
O time comandado por Telê ultrapassou as Eliminatórias. No entanto, para a Copa, nosso treinador deparou-se com inúmeros problemas: vários veteranos vinham de seríssimas contusões e não estavam em forma ideal (Falcão, que só pode entrar no primeiro jogo e ficou de fora o resto da competição e Zico, lesionado, que jogou parte de alguns jogos, sempre no sacrifício); contusões antes do Mundial (Toninho Cerezo e Dirceu foram cortados); cortes por indisciplina (Renato Gaúcho, às vésperas do Mundial e Éder, alguns meses antes, por agressão a um jogador peruano); recusa em servir à Seleção (Leandro, solidário com o corte de Renato Gaúcho) e má forma física e queda técnica (Sócrates havia voltado da Fiorentina, onde não tivera bom desempenho).
Mesmo assim, fizemos boa campanha, caindo nas quartas de final para a França nos pênaltis, após empate de 1×1 em jogo equilibrado. Ficamos novamente em 5º lugar.
Telê recebeu muitas críticas, especialmente por levar seus “homens de confiança”, veteranos que, por não se encontrarem em plena forma física e técnica, pouco atuaram, ocupando vagas de jogadores de bom potencial que ficaram no Brasil.
FORAM PARA A COPA
Goleiros – Carlos (Corinthians), Leão (Palmeiras) e Paulo Victor (Fluminense)
Defensores – Edson Boaro (Corinthians), Josimar (Botafogo), Júlio César (Guarani), Oscar (São Paulo), Edinho (Udinese), Mauro Galvão (Internacional) e Branco (Fluminense)
Meio-campistas – Alemão (Botafogo), Elzo (Atlético Mineiro), Júnior (Torino), Falcão (São Paulo) e Valdo (Grêmio)
Atacantes – Müller (São Paulo), Silas (São Paulo), Careca (São Paulo), Zico (Flamengo), Sócrates (Flamengo), Casagrande (Corinthians) e Edivaldo (Atlético Mineiro)
PRÉ-SELECIONADOS
Goleiro – Gilmar (São Paulo)
Defensores – Leandro (Flamengo – pediu dispensa em solidariedade a Renato Gaúcho), Mozer (Flamengo) e Dida (Coritiba)
Meio-campisatas – Toninho Cerezo (Roma – cortado por contusão), Dirceu (Como – cortado por contusão)
Atacantes – Renato Gaúcho (Grêmio – cortado por indisciplina), Marinho (Bangu), Éder (Atlético Mineiro – cortado por indisciplina) e Sidney (São Paulo)
OBS.: Não foi divulgada lista dos 40 pela CBF.
*SYLVIO MAESTRELLI, educador e apaixonado por futebol
Acompanhe aqui a nossa série sobre a participação do Brasil em todas as Copas
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Fontes
Gazeta Esportiva, Placar, Imortais do Futebol, Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, Todas as Copas do Mundo (Orlando Duarte), Futebol Coruja, Futebol Clássico, FIFA, CONMEBOL, CBF, Lance, OGOL.COM.BR, Trivela, Jornal dos Sports e outros