Bola Etrusco Unico (Copa 1990)/Divulgação
1990 Brasil nas Copas
- Sylvio Maestrelli
A Copa do Mundo de 1990 foi realizada na Itália. Vencedor: Alemanha Ocidental.
A final Alemanha Ocidental 1×0 Argentina colocou novamente os dois países decidindo um mundial, num jogo que só foi definido por um gol de pênalti a menos de cinco minutos do fim da partida. A Alemanha igualou-se ao Brasil conquistando também seu tricampeonato e a Itália entrou na história como o segundo país a sediar duas edições da Copa do Mundo (1934 e 1990) – o primeiro tinha sido o México (1970 e 1986).
Com o fim do ciclo de Telê na Seleção, sem títulos, as ordens na CBF eram: renovar drasticamente a equipe, modernizar taticamente o time e adotar o chamado “futebol de resultados” em substituição ao “futebol-arte”. Isso teoricamente seria facilitado porque o êxodo de futebolistas brasileiros para a Europa se acentuara naqueles anos.
Credenciado pela conquista do Campeonato Brasileiro 1978 com o Guarani, de Campinas, Carlos Alberto Silva assumiu o comando, reformulando o elenco. Em sua passagem como técnico, alternou resultados pífios (como a eliminação da Copa América 1987 após a derrota por goleada de 4×0 para o Chile) e bons, como a conquista dos Jogos Pan-americanos 1988 (onde lançou na Seleção jovens como Evair, João Paulo, Ricardo Rocha, André Cruz etc.). Naquele mesmo ano, foi substituído por Sebastião Lazaroni, que ganhara um tricampeonato carioca pelo Vasco. Encerrando a fase das experiências com novos jogadores, o Brasil ganhou bem a Copa América 1989 e passou também pelas Eliminatórias. O grupo já estava definido para a Copa 1990.
No Mundial, adotando um sistema tático 3-5-2, passamos da fase de grupos com vitórias pouco convincentes. Nas oitavas, uma derrota por 1×0 para a Argentina nos tirou da competição e ficamos com um distante nono lugar na classificação geral do torneio.
Várias causas foram apontadas para o fracasso: brigas dos jogadores com os dirigentes acerca das premiações; adoção de um sistema tático muito defensivo; conflitos internos entre grupos de jogadores; excesso de atletas que atuavam no exterior (pela primeira vez, na lista final, o número de convocados que jogavam fora do país superava a quantidade daqueles que atuavam no Brasil); e a convocação de Romário (que sofrera grave lesão no PSV e ainda não retomara sua plenitude física e técnica, sendo pouco aproveitado na competição).
Mesmo considerando que o grupo que decepcionou fosse composto por alguns ótimos jogadores (vários seriam campeões do mundo em 1994), muitos outros não foram convocados, gerando as polêmicas costumeiras no meio dos jornalistas e torcedores.
FORAM PARA A COPA
Goleiros – Taffarel (Internacional), Zé Carlos (Flamengo) e Acácio (Vasco)
Defensores – Jorginho (Bayer Leverkusen), Mazinho (Vasco), Ricardo Rocha (São Paulo), Ricardo Gomes (Benfica), Mauro Galvão (Botafogo), Aldair (Benfica), Mozer (Olympique Marselha) e Branco (Porto)
Meio-campistas – Dunga (Fiorentina), Alemão (Napoli), Silas (Sporting Lisboa), Valdo (Benfica), Tita (Vasco) e Bismarck (Vasco)
Atacantes – Müller (Torino), Careca (Napoli), Bebeto (Vasco), Romário (PSV) e Renato Gaúcho (Flamengo)
PRÉ-SELECIONADOS
Defensores – Josimar (Botafogo), André Cruz (Ponte Preta)
Meio-campista – Geovani (Bologna)
OBS.: Não foi divulgada lista dos 40 pela CBF.
*SYLVIO MAESTRELLI, educador e apaixonado por futebol
Acompanhe aqui a nossa série sobre a participação do Brasil em todas as Copas
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Fontes
Gazeta Esportiva, Placar, Imortais do Futebol, Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, Todas as Copas do Mundo (Orlando Duarte), Futebol Coruja, Futebol Clássico, FIFA, CONMEBOL, CBF, Lance, OGOL.COM.BR, Trivela, Jornal dos Sports e outros