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A Semana
(Resumo de Mercado – 07 a 11 de novembro e perspectivas para a semana em curso)
Ibovespa: -5,0% | 112.253 pontos
Em uma semana de aumento da percepção do risco fiscal brasileiro e quase 60 empresas do Ibovespa reportando seus resultados do 3T22, o Ibovespa encerrou em queda de -5,0% aos 112 mil pontos. Nas ações com os piores retornos da semana, estão AMER3 e MGLU3, com queda de mais de 26%, impactadas, tanto por resultados trimestrais que decepcionaram o mercado, quanto pelo fato de o setor de varejo ser sensível ao cenário macro e o aumento do risco fiscal no país. Na ponta positiva, GGBR4, CMIN3 e VALE3 subiram mais de 13%, devido às expectativas de alta nos preços do minério de ferro e aço, com a flexibilização das políticas de Covid na China.
Nos Brasil, o IPCA apresentou elevação mensal de 0,59% em outubro, muito acima das estimativas. A mudança no cenário de deflação, visto nos últimos 3 meses, para a volta do aumento da inflação deveu-se principalmente ao aumento mais acentuado do que o previsto nos preços de combustíveis e produtos de higiene pessoal. A projeção da equipe de Economia para a variação do IPCA em 2022 subiu ligeiramente de 5,6% para 5,8%, e, para 2023, a projeção é de 5,2%. Na política, o governo eleito anunciou seus primeiros membros da equipe de transição. Também é esperado que o novo governo apresente em poucos dias uma PEC para aumentar os gastos, visando viabilizar os auxílios sociais iniciados pelo governo atual e prometidos em campanha. Além disso, em discurso público, o presidente eleito Lula destacou a necessidade de aumentar os gastos para retomar o crescimento econômico e gerar empregos. Trechos da comunicação recente de Lula e rumores sobre a equipe de transição pesaram sobre os ativos financeiros. Sinalizações de enfraquecimento do arcabouço fiscal vigente e de expansão significativa das despesas públicas geraram quedas pronunciadas no mercado acionário, além de uma disparada da taxa de câmbio e piora da curva de juros.
Nos EUA, o CPI avançou 0,4% em outubro ante setembro, aquém do consenso de mercado. Com o arrefecimento das altas nos preços, investidores agora ponderam se o Federal Reserve poderá desacelerar o ritmo do aperto monetário. As surpresas benignas com a inflação ao consumidor levaram a forte elevação das bolsas americanas. Os índices S&P 500 e Nasdaq encerraram a semana em alta de 5,9% e 8,1%, respectivamente. Nas eleições parlamentares de meio de mandato do país, os republicanos deverão tomar o controle da Câmara por uma margem mais estreita do que o esperado. Na disputa pelo Senado os democratas levaram a melhor e fizeram maioria. Vale ressaltar que, historicamente, a bolsa americana tende a subir após o resultado e o fim das incertezas com as eleições.
Na China, o veículo de mídia governamental anunciou a flexibilização de algumas medidas contra a Covid-19. A China reduzirá o tempo de quarentena para viajantes internacionais de sete para cinco dias, e se comprometeu a minimizar as consequências econômicas de sua política. O mercado global reagiu de maneira positiva às flexibilizações, assim como as commodities, com altas principalmente nos preços do minério de ferro e do aço.
O Dólar fechou a semana com alta de +5,28% em relação ao Real, em R$ 5,33/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +156bps na semana, atingindo 13,19%.
O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 3 bilhões.
Para a semana em curso, o mercado continua atento aos discursos de dirigentes do Fed, na expectativa da próxima reunião de política monetária. Nos EUA, a inflação ao produtor e indicadores de atividade de outubro são destaque. Na Europa, a prévia de dados de emprego e PIB do terceiro trimestre, assim como a inflação do consumidor, serão chave.
No Brasil, o destaque segue sendo a transição de governo e notícias relacionadas ao arcabouço fiscal. No campo de dados econômicos, o destaque será o IBC-Br, proxy do PIB para o mês de setembro.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (14.11.2022)