Foto: Sergei Tokmakov/Pixabay
A Semana
(Mercado – 13 a 17 de junho)
Ibovespa: -5,4% | 99.825 pontos
Em semana de alta volatilidade devido à expectativa do aumento na taxa de juros americana, o Ibovespa encerrou em queda de -5,4% aos 99 mil pontos. Nos EUA, após a reação negativa do mercado aos dados da inflação americana da semana passada, levando o S&P a entrar em território de bear market – marca atingida quando um índice ou ação acumula queda de -20% ou mais desde o último pico – no início da semana, o Federal Reserve elevou a taxa de juros em 0,75 p.p., para uma faixa de 1,5% a 1,75%. Esse foi o maior aumento nos juros americanos dos últimos 28 anos. Nos dados da economia americana, as vendas no varejo vieram abaixo do esperado, assim como os dados de produção industrial do país, já mostrando sinais de arrefecimento da economia. Ainda em linha com a desaceleração econômica, o número de pedidos semanais de seguro-desemprego aumentou em relação ao período anterior. Já o índice de preços ao produtor, conhecido como PPI, nos EUA subiu 0,8% em maio na comparação com abril, e acumulando 10,8% no acumulado 12 meses, ambos em linha com o esperado pelo mercado.
No Brasil, o Copom elevou a taxa Selic em 0,50 p.p., para 13,25%. No comunicado pós-reunião, o Comitê indicou outro aumento “de igual ou menor magnitude” na próxima reunião, em agosto. A equipe econômica da XP acredita que ele acabará fazendo mais um aumento de 0,5 p.p., uma vez que as atuais pressões inflacionárias não devem diminuir o suficiente até lá. Ainda sobre inflação, a Petrobras anunciou um novo reajuste de preços de combustível, aumentando em 5,2% o preço da gasolina e 14,3% o diesel e reiterando, em nota, seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado. Esse aumento reverberou negativamente no poder Executivo, que condenou o ato. As ações da companhia acumularam queda de -7% após o anúncio, em meio a sinais de interferência política na estatal. Já na política do país, o Congresso aprovou um PLP que cria um teto para as alíquotas de ICMS de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte público.
A China voltou a preocupar os mercados com a possibilidade de novos lockdowns, com Pequim anunciando a suspenção de eventos esportivos off-line, atraso do retorno às escolas e reforço de outros controles, poucos dias depois de afrouxá-los. Ainda refletindo o afrouxamento das restrições da Covid, os dados econômicos do país apresentaram melhora. A produção industrial aumentou +0,7% no comparativo anual, bem acima das expectativas de uma contração de -0,9% do consenso. Já as vendas do varejo caíram -6,7% ano contra ano, enquanto os analistas esperavam uma queda de -7,1%.
Câmbio e juros
O Dólar fechou a semana com alta de +3,33% em relação ao Real, em R$ 5,15/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 apresentou alta de -20 bps na semana, atingindo 10,38%.
Para esta semana, no cenário internacional os destaques serão os discursos de dirigentes do Fed, repercutindo a decisão de juros. Além disso, teremos a decisão de juros da China, a divulgação da inflação ao produtor da Alemanha em maio e a prévia de junho de índices de gerentes de compras (PMI) de países desenvolvidos.
No cenário doméstico, os destaques serão a divulgação da ata da última reunião do Copom, o IPCA-15 de junho e a arrecadação federal de maio.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (20.06.2022)