
David Yonatan González/Pixabay
A Semana 117
Resumo de Mercado – 31 de março a 4 de abril – e perspectivas para a semana em curso
Ibovespa: -3,5% | 127.256 pontos
O Ibovespa encerrou a semana em queda de 3,5% em reais e 4,4% em dólares, aos 127.256 pontos.
Resumo O presidente Donald Trump anunciou “tarifas recíprocas” sobre diversos países, o que gerou forte volatilidade nos mercados, com o VIX subindo 109% e os principais índices americanos registrando seu pior desempenho semanal desde março de 2020 (S&P 500, -9,1%; Nasdaq, -9,8%). A medida combinou uma tarifa base de 10%, elevada para países com os quais os EUA possuem déficits comerciais e variando de acordo com o tamanho do déficit. Na sexta-feira, a China respondeu com tarifas retaliatórias de 34%, intensificando o pessimismo dos investidores. Enquanto isso, o presidente do Fed Jerome Powell adotou um tom cauteloso, afirmando que o aumento das tarifas foi maior do que o esperado e pode ter um efeito mais duradouro sobre a inflação. Como resultado, mesmo com números de geração de empregos sólidos, a aversão ao risco aumentou em meio às preocupações com o crescimento da economia dos EUA e global: ações e commodities (como o petróleo) recuaram de forma significativa, enquanto os rendimentos das Treasuries caíram, com as taxas de 10 anos encerrando a semana em 4,0% (-25 bps) em meio a forte demanda. Ao mesmo tempo, o dólar inicialmente se desvalorizou, mas se fortaleceu novamente após o anúncio das tarifas retaliatórias da China (+1,5%).
As ações brasileiras inicialmente foram resilientes à volatilidade global. Na quinta-feira, papéis ligados a commodities caíram, mas o fechamento da curva de juros beneficiou nomes domésticos, que sustentaram o índice. Porém, após a retaliação da China, o sentimento global de aversão ao risco prevaleceu, pressionando a Bolsa brasileira, com a queda ainda liderada por nomes ligados a commodities como Petrobras (PETR3, -8,0%) e Vale (VALE3, -8,5%).
Ações O destaque positivo da semana foi Pão de Açúcar (PCAR3, +18,8%), após a companhia aceitar o pedido de um fundo de investimento para convocar uma Assembleia Geral Extraordinária com o objetivo de deliberar sobre a destituição do atual Conselho de Administração da empresa. Na ponta negativa temos petroleiras como Brava, Prio e PetroReconcavo (BRAV3, -20,6%; PRIO3, -15,5%; RECV3, -14,4%) refletindo a forte queda de preço do Brent (-10,4%).
Dólar O Dólar fechou a semana em alta de 1,5%, aos R$ 5,85/US$.
Juros A curva de juros fechou. O DI jan/34 fechou 36 bps, aos 14,47%.
Perspectivas para a semana em curso
Cenário internacional As atenções estarão voltadas a sinalizações e anúncios de políticas comerciais em meio à maior aversão ao risco e piora dos ativos financeiros desencadeada pelo “Dia da Libertação”. Nos Estados Unidos, destaque também para a divulgação da ata da última reunião de política monetária e dados de inflação ao consumidor e ao produtor em março, além das expectativas inflacionárias (Universidade de Michigan) para os curtos e médios prazos. A agenda ainda traz dados de inflação na China no mês passado e dados de atividade (como vendas varejistas), e balança comercial da Zona do Euro em fevereiro.
Cenário nacional O IPCA de março deve trazer núcleos e demais medidas subjacentes ainda pressionadas, enquanto as receitas do setor de serviços, as vendas varejistas e o IBC-Br (proxy mensal do PIB) devem mostrar avanço da atividade em fevereiro, embora a um ritmo moderado. Além disso, o Banco Central publicará o resultado do setor público consolidado e a nota das operações de crédito referentes ao segundo mês do ano.
Fonte Valore-Elbrus (vinculada à XP Investimentos) | 07.04.25