Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana

Sergei Tokmakov/Pixabay

A Semana

(Resumo de Mercado – 21 a 25 de novembro e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -3,0% | 108.870 pontos

Em semana marcada pelo final da temporada de resultados do 3T22 das empresas brasileiras e preocupações com a condução da política fiscal no próximo governo, o Ibovespa encerrou em leve baixa de -3,0% aos 108.870 pontos.

Os últimos dias foram marcados por bastante volatilidade no cenário doméstico em meio a preocupações com a composição da equipe econômica do novo governo, e também divulgação da PEC da Transição. Uma versão inicial foi apresentada ao Congresso Nacional, na qual a equipe de transição e o presidente eleito Lula indicaram a possibilidade de um aumento de gastos mais forte do que o esperado em 2023, e eventualmente retirar programas sociais das regras fiscais. A sinalização reacendeu o risco de desequilíbrio das contas públicas, com reação negativa dos ativos financeiros brasileiros, com uma subida do dólar e juros futuros também em alta. Porém, nosso time de análise política acredita que a tendência no Congresso é construir uma versão muito mais enxuta em comparação ao texto inicial apresentado.

Nos EUA, os pronunciamentos mais duros de membros do Federal Reserve sobre o rumo da taxa de juros afetaram o apetite por risco dos investidores com as bolsas americanas terminando no negativo também. Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, afirmou que uma pausa nas altas na taxa de juros americana está fora de cogitação, e James Bullard, presidente de Fed de St. Louis, pontuou que a taxa básica de juros americana deverá alcançar pelo menos 5%-5,25% para conter a inflação. O comentário acabou pegando o mercado de surpresa, uma vez que este patamar de juros não está precificado na curva. Adicionalmente, resultados abaixo das expectativas da varejista Target deixaram o mercado apreensivo quanto à resiliência do consumidor americano, ao mesmo tempo que dados de vendas no varejo apontam que foram sólidas em outubro. Ainda na agenda econômica, os dados da inflação ao produtor (PPI) nos EUA aumentaram menos do que o esperado em outubro, em mais uma evidência de que a inflação está começando a diminuir.

Já na Europa, a presidente do Banco Central Europeu Chistine Lagarde se pronunciou de maneira mais contracionista. Ela afirmou que a taxa de juros deverá subir a patamares restritivos para trazer a inflação de volta à meta, e que o risco de recessão aumentou na Zona do Euro. Já no Reino Unido, o governo anunciou um pacote orçamentário de £ 55 bilhões, a fim de preencher uma lacuna nas finanças públicas. O chanceler do Tesouro Jeremy Hunt disse que as medidas serão divididas igualmente entre aumentos de impostos e cortes de gastos.

Por fim, a China registrou um novo aumento de casos de Covid-19, levantando preocupações sobre mais medidas de restrição. Como consequência, o preço de petróleo caiu ao redor de 9% na semana.

O Dólar fechou a semana com alta de +0,98% em relação ao Real, em R$ 5,38/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +18bps na semana, atingindo 13,41%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 300 milhões.

Para a semana em curso, o cenário internacional, a ata do Comitê de Política Monetária dos EUA (FOMC) e dados de atividade de outubro e novembro nos países desenvolvidos devem impactar os mercados.

No Brasil, notícias relacionadas à PEC da Transição e a possíveis quadros que poderão integrar o novo governo seguem como principal tema para o mercado. No campo de informações econômicas, dados fiscais e de setor externo referentes a outubro, assim como a prévia da inflação de novembro serão destaque.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (28.11.2022)

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