Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana 38

Ralphs_Fotos/Pixabay

A Semana 38

(Resumo de Mercado – 16 a 20 de janeiro e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +1,0% | 112.041 pontos

Em semana com feriado nos EUA limitando o fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira e novos desdobramentos de Americanas (AMER3), o Ibovespa encerrou em alta de 1,0% aos 112.041 pontos. A Americanas pediu recuperação judicial (RJ) de uma dívida estimada em R$ 43 bilhões, distribuída por mais de 16 mil credores. O escândalo contábil de R$ 20 bilhões reportado há uma semana se transformou no quarto maior pedido de recuperação judicial do país. Com isso, AMER3 acumulou perdas de mais 77,5% na semana. Na outra ponta, as ações de Banco do Brasil (BBAS3) subiram 12,4%, após a aprovação de payout de 40% para 2023 na forma de dividendos e JCP.

No Brasil, a semana foi pautada pelo cenário político. O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, que o governo deve encaminhar uma proposta de novo arcabouço fiscal até abril, e pretende propor uma reforma do imposto de renda no segundo semestre, após a aprovação da reforma sobre a tributação indireta. Além disso, Haddad disse que a decisão sobre o salário mínimo cabe ao governo e será tomada após discussões com as centrais sindicais. As alas política e econômica têm opiniões divergentes sobre o aumento. Ainda na semana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, trouxe alívio ao mercado ao garantir que, ao contrário do citado pelo presidente Lula em entrevista, não haverá intervenções no Banco Central e na meta de inflação por parte do governo.

Nos EUA, o S&P teve sua maior queda diária no ano e encerrou a semana em -0,7%, após repercutir as falas de dirigentes do Federal Reserve, que pontuaram que as taxas de juros do país precisam permanecer elevadas por um período prolongado para desaquecer a inflação, aumentando os temores de uma recessão econômica. No campo da inflação, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) superou as expectativas e recuou 0,5% em dezembro ante novembro, a queda mensal mais expressiva desde abril de 2020. Em relação à atividade econômica, a desaceleração vem impactando a indústria americana, com a produção industrial recuando 1,3%, bem acima dos 0,3% esperados pelo mercado, e a contração de 1,1% nas vendas do varejo.

Na China, o vice-primeiro-ministro Liu He afirmou que o país se tornará mais atrativo para investidores estrangeiros e continuará a dar suporte para o setor privado, contribuindo para o tom positivo dos investidores. Além disso, o relaxamento das medidas de restrição da Covid e a melhora nos dados de mobilidade vêm trazendo otimismo para a reabertura econômica e têm impulsionado o preço do petróleo, com a expectativa de uma recuperação na demanda por combustível, já que o país é o maior importador de petróleo do mundo. A commodity registrou alta de 2,9%.

O Dólar fechou a semana com alta de 2,03% em relação ao Real, em R$ 5,21/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +83bps na semana, atingindo 13,09%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 3,1 bilhões.

No cenário internacional, destaque para a publicação das prévias dos PMIs (Índices de Gerentes de Compras) da Alemanha, Zona do Euro, China e EUA referentes a janeiro. Em relação ao último, o mercado também estará atento à divulgação do PIB do 4º trimestre, deflator do PCE (índice de inflação preferido do Fed) e dados de renda e despesas pessoais. No Brasil, atenções voltadas para a divulgação do IPCA-15 de janeiro, além das estatísticas de crédito, arrecadação tributária federal, setor externo e criação de vagas formais (CAGED), todos relativos a dezembro.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (23.01.2023)

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