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A Semana 44
(Resumo de Mercado – 13 a 17 de março e perspectivas para a semana em curso)
Ibovespa: -1,58% | 101.982 pontos
Em semana de grande preocupação com a saúde do sistema financeiro global, o Ibovespa encerra em queda de -1,6% aos 101.982 pontos. Como destaque em performance na semana, CSN (CSNA3) caiu 8,3% com a retomada de crescimento na China, aquém do esperado. Na ponta oposta, Ecorodovias (ECOR3) fechou em alta de 14,7% depois dos resultados superarem as expectativas do mercado.
O Silicon Valley Bank e o NY Signature Bank pediram recuperação judicial, uma vez que a marcação a mercado de seus ativos – principalmente títulos do tesouro americano de longo prazo – se mostrou insuficiente para fazer frente aos depósitos, levando a uma corrida ao banco. Para tentar controlar a situação, o Federal Reserve e o Tesouro dos EUA reforçaram que protegerão totalmente os depositantes dos bancos, e anunciaram uma linha de crédito emergencial oferecendo empréstimos de até um ano para instituições financeiras, pedindo como colaterais ativos de alta qualidade. Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 2 anos chegaram a cair 0,85 p.p., com analistas de mercado vendo uma probabilidade de que o Fed interrompa – ou mesmo reverta – seu ciclo de alta de juros.
No campo da inflação americana, a inflação ao consumidor (CPI) de fevereiro ficou em linha com o esperado pelo consenso, reafirmando a inflação persistente na economia americana. As decisões do banco central americano ficarão reféns das próximas informações sobre inflação, mercado de trabalho e, principalmente, sistema bancário.
Ainda na pauta de política monetária global, o Banco Central Europeu (BCE) elevou as taxas de juros da Zona do Euro em 0,50 p.p. pela terceira vez consecutiva, apesar das preocupações com a estabilidade do sistema financeiro global. Embora o BCE tenha destacado que a inflação deve permanecer muito alta por muito tempo, e que a decisão seguirá dependente de dados, houve também uma mensagem moderada de que o Conselho está monitorando de perto as atuais tensões do mercado e está pronto para responder conforme necessário para preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na área do euro.
No Brasil, os investidores seguem aguardando detalhes sobre a proposta do novo marco fiscal e para os dois nomes que o governo indicará para a diretoria do Banco Central, elementos fundamentais para sinalizar os rumos da política fiscal e monetária do governo.
O Dólar fechou a semana com alta de 1,23% em relação ao Real, em R$ 5,28/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -1bps na semana, atingindo 13,15%.
O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi negativo em cerca de R$ 500 milhões.
Para a semana em curso, ocorrerão as decisões de política monetária nos EUA, Brasil e Reino Unido. A incerteza nos mercados financeiros e a imprecisão a respeito de como e quanto isso pode afetar a economia e a inflação global tornam essas decisões particularmente difíceis. De toda forma, o viés ainda deve ser de alta nos EUA e Reino Unido, e de pausa no Brasil.
Além disso, o mercado vai acompanhar de perto as discussões sobre a proposta de novo arcabouço fiscal, que deve ser finalmente divulgada. Sobre dados econômicos, será divulgada a arrecadação federal de fevereiro e o IPCA-15 de março.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (20.03.2023)