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A Semana 45
(Resumo de Mercado – 20 a 24 de março e perspectivas para a semana em curso)
Ibovespa: -3,09% | 98.829 pontos
Em semana de grande importância para a política monetária global, o Ibovespa encerrou em queda de -3,09% aos 98.829 pontos. Como destaque em performance na semana, BB Seguridade (BBSE3) subiu 2%, com os juros altos beneficiando a performance da companhia. Já na ponta oposta, Locaweb (LWSA3) teve queda de quase 25%, após seus resultados do 4T22 decepcionarem o mercado.
No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75%, pela quinta reunião consecutiva, conforme amplamente esperado. No comunicado pós-reunião, o comitê reafirmou que segue vigilante e que sua estratégia atual consiste em manter a taxa Selic no patamar atual por um longo período. Além disso, o Banco Central continuou afirmando que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. No entanto, pontua que, se a atividade econômica desacelerar mais do que o esperado – especialmente pelos eventos de instabilidade no sistema financeiro –, poderemos observar um ciclo de cortes graduais na taxa básica a partir do segundo semestre. Sobre inflação, o IPCA-15 ficou em 0,69% em março, desacelerando na comparação com o mês anterior e dando sinais ligeiramente positivos para o mercado.
Nos EUA, o Federal Reserve tenta se equilibrar entre as preocupações com a saúde financeira dos bancos regionais de médio porte e o controle da inflação, que continua mostrando sinais de força, com um mercado de trabalho que continua aquecido e leituras que continuam mostrando pressão sobre preços. O banco central americano elevou ontem a taxa de juros americana em 0,25 p.p., para o intervalo entre 4,75% e 5,00%, apesar das turbulências no sistema financeiro global e em linha com as expectativas do mercado. Em comunicado, o Fed sugeriu que as condições financeiras podem se tornar suficientemente apertadas sem aumentos adicionais na taxa básica de juros. No entanto, o comunicado também destacou que a inflação continua elevada e que um aperto adicional nos juros pode ser necessário para trazer a inflação de volta para a meta. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse a congressistas que medidas futuras para proteger os depósitos bancários podem ser necessárias, gerou suspeitas de que o problema dos bancos regionais pode ser maior do que parece, mas também ofereceu conforto de que ações preventivas já foram preparadas.
Na Europa, o banco Credit Suisse foi vendido para o UBS, numa tentativa de tentar conter a crise de confiança que poderia se espalhar pelos EUA e Europa. Além disso, as ações do Deutsche Bank chegaram a cair mais de 10% depois de uma subida CDS (credit default swap, indicativo de percepção de risco de crédito de emissores por parte do mercado), com investidores voltando a se preocupar com a estabilidade do sistema bancário europeu. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a entidade deve seguir observando os fatores de mercado para a sua próxima decisão sobre os juros, diante da turbulência do sistema financeiro global, apesar de seguir reforçando que a instituição seguirá com sua meta da inflação de 2% ao ano. Os dados do PMI composto de março da Zona do Euro mostram que a economia europeia permanece relativamente sólida, apesar dos aumentos das taxas de juros, e do custo de produção gerado pela guerra na Ucrânia.
O Dólar fechou a semana com queda de 0,61% em relação ao Real, em R$ 5,25/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -17 bps na semana, atingindo 13,06%.
O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi positivo em cerca de R$ 30 milhões.
Na semana em curso, a agenda de indicadores será cheia no Brasil. Referente a atividade, serão publicados dados de emprego de fevereiro e a produção industrial de janeiro. Do lado fiscal, os resultados primários do governo e do setor público, ambos para fevereiro. Por fim, e certamente o evento mais aguardado, será divulgada a ata da última reunião do Copom.
Nos EUA, semana também importante. Será divulgado o deflator do consumo de fevereiro (PCE, em inglês) – indicador de inflação favorito do Fed – e o PIB anualizado de março. Na Europa, serão publicados os números de desemprego de fevereiro e a prévia da inflação ao consumidor de março. Por fim, os dados a sondagem empresarial PMI da China será divulgada na quinta-feira.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (27.03.2023)