Por Heraldo Palmeira
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22 de novembro de 2024

A Semana 46

Stefan Schweihofer/Pixabay

A Semana 46

(Resumo de Mercado – 27 a 31 de março e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +3,09% | 101.882 pontos

Em uma semana de grande expectativa para o anúncio do arcabouço fiscal do governo, o Ibovespa encerrou em alta de +3,1% aos 101.882 pontos. Do lado positivo de performance, Hapvida (HAPV3) encerrou a semana com alta de 16,4%, após o anúncio de duas transações com potencial de levantar R$ 2,3 bilhões na companhia. Na ponta oposta, Minerva (BEEF3) acumulou queda de -8,5% após notícias do avanço da gripe aviária na América do Sul e por incertezas que cercam a China.

O destaque da semana no Brasil foi a apresentação pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad da nova regra fiscal que substituirá o atual teto de gastos. Em linhas gerais, a proposta combina um limite de gastos com metas de resultado primário. Apesar dos economistas chamarem a atenção para a ausência de detalhes na proposta e considerarem as projeções de superávit primário como bastante otimistas, os participantes do mercado reagiram de forma positiva, diante da probabilidade menor de um cenário de descontrole fiscal adiante.

Nos EUA, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) – o indicador de inflação preferido do Federal Reserve – subiu 0,3% em fevereiro ante janeiro e 4,6% na comparação, resultado abaixo do esperado pelo mercado. O núcleo, que exclui elementos voláteis como alimentos e energia, subiram 0,3% na base mensal e 5,0% na anual em fevereiro. O resultado reverberou positivamente nos mercados, indicando que a inflação americana pode estar arrefecendo. Com isso, o índice S&P 500 terminou a semana em +3,5%.

Na China, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto atingiu 57,0 em março, seu maior valor em cerca de 5 anos, puxado por uma forte recuperação do componente de serviços, indicando uma expansão pós-flexibilização das medidas de restrição contra a Covid 19.

Por fim, na Europa a inflação na Zona do Euro marcou 6,9% em março, uma retração em relação a fevereiro, impulsionada por efeitos de base favoráveis e preços mais baixos de energia. Porém, o núcleo da inflação – que exclui os itens mais voláteis – aumentou ligeiramente em relação ao mês anterior, o que provavelmente forçará o Banco Central Europeu (BCE) a manter uma postura agressiva nos próximos meses.

O Dólar fechou a semana com queda de -3,5% em relação ao Real, em R$ 5,06/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -29 bps na semana, atingindo 12,8%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi negativo em cerca de R$1,1 bilhão.

Na semana em curso, a agenda de indicadores será menos agitada. No Brasil, na seara de indicadores serão divulgados a balança comercial de março e o número de venda de veículos da Anfavea. Todavia, o fato econômico mais importante será o conjunto de medidas de aumento de receitas – na ordem de 100 bilhões, de acordo com a estimativa do governo – que ainda não foram detalhadas e são importantes para o objetivo de estabilizar (e reduzir) a dívida pública.

No resto do mundo, números de PMI para China, EUA e Zona do Euro. Em relação a economia americana, o mercado acompanhará atentamente a criação de vagas no setor privado (Non-farm payroll, em inglês) e outros números referentes ao mercado de trabalho, todos para março.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (03.04.2023)

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