Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

A Semana 47

Stefan Schweihofer/Pixabay

A Semana 47

(Resumo de Mercado – 3 a 6 de abril e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -1,0% | 100.822 pontos

Em semana mais curta por conta do feriado de Páscoa, o Ibovespa terminou a semana em baixa de -1,0%, aos 100.822 pontos. A Bolsa brasileira foi pressionada por indicadores fracos lá fora, e incertezas em relação à política fiscal mesmo depois do anúncio da proposta do arcabouço fiscal na semana anterior, dessa vez na expectativa do pacote para aumentar a arrecadação de impostos. Como destaque negativo, Natura (NTCO3) acumulou perdas de 15% depois da venda da Aesop. Apesar de ter sido bem vista pelo mercado inicialmente, investidores realizaram os lucros e ainda há incertezas sobre os resultados da companhia no curto prazo. O setor de varejo como um todo também registrou quedas por conta de notícias sobre a tributação do imposto de renda sobre os créditos de ICMS. Na ponta oposta, PetroRio (PRIO3) subiu quase 12% com as altas no preço do barril de petróleo, com o Brent acumulando alta de 6% após anúncio da OPEP+ de corte na produção de petróleo em 1 milhão de barris/dia a partir de maio.

Nos EUA, onde o mercado também ficou fechado na sexta-feira, os índices terminaram a semana mistos, repercutindo dados que sinalizaram uma economia americana mais desaquecida. O PMI de manufatura registrou 49,2 pontos e, pela primeira vez desde 2009, todos os subcomponentes do índice vieram em campo contracionista. O índice ISM de manufatura também registrou um valor abaixo do esperado em 46,3 – lembrando que o patamar de 50 pontos separa crescimento de contração de atividade. Também foram publicados dados do setor de serviços, com o índice ISM recuando de 55,1 em fevereiro para 51,2 em março, muito aquém do consenso de mercado, enquanto o PMI de serviços registrou 52,6, que, apesar de indicar expansão, desapontou as estimativas do mercado. Com dados econômicos mais fracos, as taxas das Treasuries caíram na semana, refletindo expectativas de um posicionamento menos duro do Federal Reserve.

Também foram divulgadas uma série de dados emprego que sugerem que o mercado de trabalho americano está começando a sentir os impactos do aperto monetário. O relatório JOLTS indicou que o número de vagas de emprego abertas recuou para menos de 10 milhões, o menor nível desde maio de 2021. Tivemos também o relatório ADP mostrando que as contratações no setor privados dos EUA desaceleraram fortemente pra 145 mil empregos no mês passado, também muito abaixo do esperado. E, na quinta-feira, foi a vez dos pedidos semanais de seguro-desemprego que bateram em 228 mil, bem acima das expectativas. Na sexta-feira, os investidores ficarão de olho no relatório de emprego mensal e o dado de nonfarm payroll.

Já na China, dados mostraram que a economia continua na contramão do resto do mundo. Os PMIs de manufatura e serviços vieram bem acima das expectativas, em 54,5 e 57,8 respectivamente no mês de março, sinalizando uma forte recuperação pós-flexibilização das medidas de controle contra a Covid-19.

O Dólar fechou com queda de -0,12% em relação ao Real, em R$ 5,01/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -17 bps na semana, atingindo 12,6%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi positivo em cerca de R$ 3 bilhões.

Na semana em curso, no Brasil, serão anunciados o IGP-DI e o IPCA de março, importantes para o cenário prospectivo de inflação. Além disso, serão divulgadas as novas séries de comércio e serviços da PMC e PMS, respectivamente, relativos a janeiro. No cenário político, a ida do presidente Lula à China deve postergar o anúncio do pacote de medidas de expansão da arrecadação federal.

No resto do mundo, deve sair o CPI de março e a ata do FOMC nos EUA, importantíssimos para o futuro da política monetária americana. Na Europa, dados de comércio e produção industrial de fevereiro, após o PMI mais fraco.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (10.04.2023)

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