Por Heraldo Palmeira
Los Angeles
Nova York
São Paulo
Lisboa
Londres
Fase da Lua
.
.
7 de novembro de 2024

A Semana 48

Stefan Schweihofer/Pixabay

A Semana 48

(Resumo de Mercado – 10 a 14 de abril e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: +5,41% | 106.279 pontos

O Ibovespa terminou a semana anterior em forte alta de +5,4%, maior ganho semanal do ano, aos 106.279 pontos. Essa alta foi impulsionada principalmente pela surpresa positiva do IPCA de março, que subiu 0,71% no mês, abaixo das expectativas de 0,77% do mercado, e que animou os investidores trazendo de volta à mesa apostas de uma antecipação do início do ciclo de corte de juros pelo Banco Central.

Nos EUA, os mercados tiveram uma semana positiva também depois da divulgação de uma série de dados relevantes. Os índices de inflação ao consumidor (CPI) e produtor (PPI) vieram em 5,0% e 2,7% na comparação anual, respectivamente, ambos abaixo das expectativas, sinalizando que os preços estão desacelerando. Por outro lado, dados como as vendas no varejo e produção industrial foram mistos, com o primeiro caindo 1,0% em março, queda mais forte do que o projetado em -0,5%, enquanto o último subiu acima do esperado em +0,4% na variação mensal. Foi também divulgada a ata da última reunião do Federal Reserve, na qual o Comitê de Política Monetária (FOMC) optou por uma alta de 0,25p.p. nos juros americanos e sugeriu que o fim do ciclo de alta de juros está próximo. Os dados recentes combinados com falas de diretores do banco central americano ao longo da semana reforçam o cenário base de mais uma alta de juros similar na próxima reunião.

Do lado corporativo, foi dada a largada da temporada de resultados do 1º trimestre de 2023 nos EUA. Os balanços de grandes bancos americanos como JPM, Citigroup e Wells Fargo surpreenderam as expectativas, puxando altas do setor financeiro na semana. Os resultados mostraram que o setor bancário dos EUA continua resiliente, mesmo depois das turbulências recentes relacionados ao colapso do Silicon Valley Bank e outros bancos menores regionais do país. Para essa temporada, as expectativas já começam baixas com os investidores esperando contração de -6,5% nos lucros das empresas do S&P 500. Com isso, eles ficarão de olho em como as empresas estão navegando o cenário macro ainda desafiador.

Inflação também foi tema no mercado chinês na semana. Foram divulgados os índices CPI e PPI da China também, que registraram alta de 0,7% e queda de -2,5% na comparação anual, ambos melhores do que esperado. As bolsas chinesas não seguiram o humor do mercado externo, terminando a semana com o índice offshore Hang Seng em alta de 0,5% e o onshore CSI 300 praticamente de lado na semana, ambos em dólares. A semana também foi marcada pela visita do presidente Lula ao país, que resultou na assinatura de 15 acordos comerciais bilaterais.

O Dólar fechou a semana com queda de -3,12% em relação ao Real, em R$ 4,91/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -36 bps na semana, atingindo 12,27%.

O saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi positivo em cerca de R$1,15 bilhões.

Para a semana em curso, a agenda de indicadores no Brasil está relativamente esvaziada. No campo da atividade econômica, os agentes de mercado irão acompanhar o IBC-Br (proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central) de janeiro e a PIM (Pesquisa Industrial Mensal) de fevereiro. Em relação à inflação, a FGV divulgará o IGP-10 de abril.

No resto do mundo, destaque para a divulgação de diversos indicadores de atividade na China, inclusive o PIB. Na Zona do Euro, os dados de inflação ao consumidor de março serão importantes para a definição dos próximos passos do Banco Central Europeu. Por fim, nos EUA serão publicados alguns resultados do setor imobiliário e o chamado “Livro Bege” do Federal Reserve, relatório periódico que traz avaliações qualitativas sobre as condições econômicas correntes.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos | Grupo Credit Suisse (17.04.2023)

©