Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

A Semana 63

Joel Santana (Joelfotos)/Pixabay

A Semana 63

(Resumo de Mercado – 14 a 18 de agosto e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: -2,3% | 115.409 pontos

Após 13 sessões consecutivas de quedas, o Ibovespa registrou uma alta no primeiro pregão da sexta-feira (18), encerrando a semana com uma queda de 2,3%, atingindo 115.409 pontos. No acumulado do mês, o índice brasileiro já apresenta uma queda de 5,4%. O declínio durante a primeira metade de agosto foi influenciado pelo fluxo negativo de investidores estrangeiros. Até o dia 15, foram retirados R$ 5,8 bilhões de capital estrangeiro da Bolsa, conforme dados da B3. Esse cenário adverso ocorre devido a um aumento na aversão ao risco global, alimentado por preocupações com a economia chinesa e o aumento das taxas das Treasuries.

Na China, houve a divulgação de uma série de dados de atividade que ficaram aquém das expectativas do mercado. Além disso, os mercados globais foram afetados por problemas no setor imobiliário, com notícias sobre as incorporadoras Country Garden e Evergrande.

Nos EUA, a ata da última reunião do Federal Reserve indicou uma continuação da política monetária restritiva por parte do banco central americano. Dados econômicos resilientes também contribuíram para a incerteza sobre a trajetória das taxas de juros. Com a perspectiva de aumentos adicionais, a taxa da Treasury de 10 anos atingiu 4,32% na quinta-feira, o nível mais alto desde 2007. Esse movimento impulsionou quedas nas ações globais, resultando no terceiro período consecutivo de declínio no índice S&P 500.

A conclusão da temporada de balanços do segundo trimestre de 2023 também impactou o mercado brasileiro. Globalmente, não foi um período de resultados robustos, devido ao contexto macroeconômico desafiador. Empresas do Ibovespa registraram uma redução de 40% nos lucros e 15% nas receitas, em comparação com o segundo trimestre do ano anterior. Além disso, apenas 34% das empresas do Ibovespa superaram as expectativas de lucro do consenso, enquanto 44% superaram as expectativas de receita, de acordo com dados da Bloomberg.

O dólar encerrou a semana com uma valorização de 1,3% em relação ao real, alcançando R$ 4,97/US$. Na Renda Fixa, a curva futura de juros apresentou aumento nos prazos intermediários e longos, resultando em maior inclinação. Na comparação semanal, as taxas DI para janeiro de 2024 passaram de 12,426% para 12,435%; para janeiro de 2025, de 10,326% para 10,535%; para janeiro de 2027, de 9,99% para 10,34%; e para janeiro de 2031, de 10,848% para 11,16%.

Houve uma saída de capital estrangeiro da Bolsa brasileira no valor de cerca de R$ 1,1 bilhão. Enquanto isso, investidores institucionais registraram um saldo levemente positivo de apenas R$ 30 milhões, enquanto investidores pessoa física apresentaram um saldo positivo mais expressivo de R$ 840 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

No cenário brasileiro, destaca-se a divulgação do IPCA-15 de agosto na sexta-feira. O mercado estará atento aos indicadores de preços de serviços, serviços subjacentes (relacionados à atividade econômica) e núcleos (que excluem itens voláteis). Também na sexta-feira, o Banco Central divulgará as contas externas brasileiras. No âmbito político, espera-se um acordo entre líderes da Câmara dos Deputados e o Ministério da Fazenda em relação ao arcabouço fiscal. Uma reunião está agendada para a segunda-feira, onde serão discutidos os detalhes da votação. De acordo com o presidente da Câmara Arthur Lira, se um acordo for estabelecido a proposta poderá ser votada já na terça-feira. Além disso, espera-se a votação da MP 1.172, que elevou o salário-mínimo para R$ 1.320,00 em maio e estabeleceu taxação de investimentos realizados por empresas e fundos no exterior.

No âmbito internacional, a semana será marcada pelas prévias dos PMIs (Índices de Gerentes de Compras) nas principais economias desenvolvidas. Na China, o banco central deverá reduzir suas taxas de empréstimos de 1 e 5 anos no domingo, e a reação do mercado dependerá do grau de ajuste e da comunicação oficial.

Fonte

Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (21.08.23)

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