Por Heraldo Palmeira
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21 de novembro de 2024

A Semana 69

Moerschy/Pixabay

A Semana 69

(Resumo de Mercado – 25 a 29 de setembro e perspectivas para a semana em curso)

Ibovespa: 0,5% | 116.565 pontos

O Ibovespa fechou em alta de 0,5%, atingindo 116.565 pontos. Encerrou o mês de setembro com um modesto ganho de 0,7%, contrastando com os mercados globais que enfrentaram um mês negativo, devido às altas nas taxas de juros internacionais.

No cenário nacional, o mercado reagiu a desenvolvimentos tanto nos âmbitos fiscal e monetário. Em relação à política fiscal, a questão dos precatórios continuou sendo um ponto de discussão. O governo solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a declaração de inconstitucionalidade da emenda que estabeleceu um limite para o pagamento de precatórios. Esta proposta, segundo especialistas econômicos, tem seu lado positivo ao promover a quitação dos precatórios pendentes. No entanto, há preocupações em relação à reclassificação das despesas, que não foi bem recebida pelos economistas do mercado. Quanto à política monetária, a divulgação da ata do Copom indicou discussões significativas sobre a incerteza global e a resiliência da atividade doméstica, além de reforçar a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas próximas reuniões, com um encerramento do ano em 11,75%.

Nos Estados Unidos, os índices do mercado tiveram uma semana negativa e encerraram o mês no vermelho. Preocupações com o aumento das taxas de juros (a taxa da Treasury de 10 anos chegou a ultrapassar 4,6%), uma greve de trabalhadores nas montadoras norte-americanas e a possibilidade de um shutdown (paralisação do governo) devido a debates sobre o orçamento dos EUA para 2024 pesaram sobre o mercado. Essas preocupações não foram compensadas por dados econômicos mais positivos, incluindo a desaceleração da inflação medida pelo deflator PCE.

Na Europa, a inflação ao consumidor também desacelerou em setembro, contribuindo para expectativas de um relaxamento monetário na região. Na China, a preocupação persistiu em relação ao setor imobiliário, especialmente devido ao atraso no pagamento da dívida por parte da incorporadora Evergrande.

No mercado de commodities, o preço do petróleo continuou em destaque. O preço do tipo Brent ultrapassou os US$ 95 por barril devido a restrições na oferta, decorrentes dos cortes da Arábia Saudita e Rússia, bem como à notícia de que os estoques nos EUA atingiram seu menor nível desde julho de 2022. No final da semana, o valor recuou para US$ 92 por barril. A alta sustentada nos preços do petróleo representa um dos maiores riscos para os mercados globais, pois pode pressionar a inflação e, por consequência, as taxas de juros globais.

O Dólar encerrou a semana com uma valorização de 1,97% em relação ao Real, chegando a R$ 5,03 por dólar. No mercado de renda fixa, a curva de juros se abriu em relação à semana anterior, com destaque para a taxa DI Jan/27, que subiu 30 pontos-base, alcançando 10,81%.

A Bolsa brasileira registrou uma saída de capital estrangeiro de cerca de R$ 30 milhões. Investidores institucionais registraram um saldo negativo de R$ 1,5 bilhão, enquanto investidores Pessoa Física tiveram um saldo positivo de R$ 600 milhões.

Perspectivas para a semana em curso

A semana terá alguns eventos da agenda internacional em destaque, como a divulgação dos índices PMI de setembro na China, Estados Unidos, Zona do Euro e Reino Unido, que fornecerão informações cruciais sobre as condições econômicas e comerciais em cada país. Além disso, na terça-feira, será divulgado o relatório JOLTS, que apresenta dados sobre vagas de emprego e a oferta de mão de obra nos EUA. No entanto, o grande foco estará no Nonfarm Payroll – principal relatório de emprego dos EUA –, que será divulgado na sexta-feira. Todos esses indicadores terão impacto significativo nas decisões de política monetária do Federal Reserve nos próximos meses. Além disso, os mercados estarão atentos a uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown) caso o orçamento para o próximo ano fiscal, que se inicia em 1º de outubro, não seja aprovado.

No Brasil, os destaques incluem a divulgação de indicadores de atividade econômica. Na segunda-feira, o CAGED deve apresentar um ritmo moderado de geração de vagas formais em agosto (prevê-se 180 mil). Na terça-feira, o IBGE publicará os resultados da produção industrial (PIM) do mês anterior, com estimativas de crescimento de 0,6% em relação a julho e 1,1% em comparação a agosto de 2022. No entanto, é esperado que a indústria continue estagnada no atual semestre. No campo da política fiscal, a atenção se voltará para as discussões no Congresso sobre as medidas de aumento de receitas propostas pelo governo federal, incluindo a unificação das propostas de taxação de fundos exclusivos e de investimentos no exterior em um projeto de lei na Câmara. Também é aguardada a decisão do STF em relação aos precatórios, com o governo esperando realizar o pagamento dos atrasados ainda neste ano.

Fonte

Valore-Elbrus (02.10.23)

(vinculada à XP Investimentos)

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