Foto: Sergei Tokmakov/Pixabay
A Semana
(Mercado – 23 a 27 de maio)
Ibovespa: +3,18% | 111.942 pontos
A semana foi marcada pela recuperação nos mercados globais, principalmente na sexta-feira, depois de dados de inflação dos EUA que mostraram sinais de desaceleração. O deflator de consumo PCE, medida de inflação preferida do banco central americano, caiu de 5,2% em março para 4,9% em abril, dando um alívio para os investidores. Com indicações de que a inflação americana pode já ter atingido o pico, a curva de juros nos EUA também arrefeceu e as taxas de juros da Treasury de 10 anos recuou para 2,74%. Na semana, o Ibovespa encerrou em mais uma alta de +3,2%, quase chegando aos 112 mil pontos. Lá fora, os principais índices finalmente deram uma pausa na sequência de semanas negativas, com S&P 500 e Nasdaq disparando mais de 6% depois de sete quedas semanais consecutivas.
Ainda nos EUA, o Federal Reserve publicou a ata de sua última reunião, sinalizando altas de 0,5 p.p. nos juros para as próximas reuniões de junho e julho, afastando a percepção de que será mais agressivo nas próximas elevações das taxas de juros. A instituição também indicou a possibilidade de levar a política monetária para uma postura restritiva, ou seja, elevar as taxas de juros acima do nível neutro – estimado em torno de 2,5%. Nos dados econômicos americanos, o PIB do país apresentou uma contração de -1,5% em relação ao trimestre anterior, o pior desempenho do indicador desde o 2º semestre de 2020, quando a economia americana entrou em recessão em meio aos fechamentos das atividades para conter a pandemia. Já o PMI composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 56 em abril para 53,8 em maio, atingindo o menor nível em quatro meses e demonstrando desaceleração, os efeitos da inflação sobre a demanda por serviços e a dificuldade com oferta de matérias-primas para a produção manufatureira.
No Brasil, tivemos a divulgação da prévia do IPCA-15 de maio, que atingiu 0,59%, seu maior valor para o mês desde 2016 e reforçando as apostas do mercado em novas elevações na Selic. Na parte da política doméstica, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que estabelece um teto de 17% para a alíquota de ICMS sobre gás natural, combustíveis, eletricidade, comunicações e transporte público. O time econômico reestimou os impactos potenciais da medida. No campo fiscal, a perda de receita dos governos estaduais, originalmente calculada em R$ 60 bilhões, subiu para cerca de R$ 103 bilhões. Em relação à inflação, as novas estimativas indicam efeito de baixa de até 1,73 p.p. no IPCA vs. 1,38 p.p. na versão original da proposta.
Já na China, os lucros das empresas industriais recuaram -8,5% desde abril de 2022. A elevação acentuada dos custos com matérias-primas e interrupções nas cadeias de suprimentos – intensificadas pelas medidas de lockdown para combate à pandemia – vêm prejudicando bastante a atividade fabril, pressionando as margens corporativas. Na política, o primeiro-ministro chinês fez um pronunciamento reconhecendo que os indicadores econômicos se deterioraram significativamente e que algumas áreas da economia estão até mesmo piores que o primeiro pico da pandemia em 2020. Oficiais chineses revelaram um pacote com 33 medidas para restaurar o crescimento econômico e proteger o mercado de trabalho, mas o mercado segue um pouco cético em relação às medidas, uma vez que a política de zero-covid permanece em vigor.
Câmbio e juros
O Dólar fechou a semana com queda de -3,06% em relação ao Real, em R$ 4,74/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 apresentou alta de +15 bps na semana, atingindo 12,14%.
O que esperar para semana que vem?
No cenário internacional, os destaques serão o payroll, ou criação de vagas de emprego dos EUA de maio, além de dados de inflação ao consumidor e ao produtor (CPI e PPI) e dados de atividade na Zona do Euro em abril.
No Brasil, o destaque será a divulgação do PIB do primeiro trimestre. Além disso, teremos o IGP-M de maio, os resultados fiscais (resultado do setor público consolidado, dívida bruta e líquida do governo geral) de abril e dados de emprego (Caged e Pnad) de abril.
Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira
Nesta semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa, até dia 25/05/2022, foi cerca de R$ 1,7 bilhão.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (30.05.2022)