Foto Sergei Tokmakov-Pixabay
A Semana
(Mercado – 30 de maio a 3 de junho)
Ibovespa fecha a semana com queda de 0,75%
Em uma semana marcada pela divulgação de importantes dados econômicos brasileiros e do mercado de trabalho americano, o Ibovespa encerrou em queda de -0,8% aos 111 mil pontos, fechando o mês com alta de 3,2%. No Brasil, destaque para a divulgação do PIB do 1º tri de 2022, que subiu 1,0% no período, um pouco abaixo da nossa projeção de 1,4% e dos 1,2% do consenso de mercado. O resultado reforça que a economia brasileira iniciou 2022 em ritmo sólido. Para frente, a atividade doméstica diminuirá no segundo semestre do ano, principalmente devido ao aperto da política monetária.
Ainda na parte de economia doméstica, o IGP-M de maio ficou em 0,52%, em linha com as expectativas do mercado. A taxa anual está em 10,72%, ainda sugerindo pressões inflacionárias relevantes para produtores e consumidores. A taxa de desemprego no país continua em trajetória de queda e ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril, resultado bem melhor que o esperado pelo mercado e o menor resultado para esse trimestre desde 2015. A produção industrial brasileira registrou crescimento de 0,1% em abril na comparação com o mês anterior, em linha com o que era esperado pelo mercado.
Nos EUA, o relatório de criação de empregos – payroll – indicou a criação de 390 mil vagas de trabalho no mês de maio, número acima das 325 mil esperadas pelo consenso. A taxa de desemprego se manteve em 3,6%, acima dos 3,5% projetados. O número de vagas de trabalho em aberto permaneceu em torno de 11,4 milhões, próximo ao recorde registrado em abril. Esses dados econômicos americanos acima das expectativas reforçam o temor do mercado de um aumento mais agressivo nas taxas de juros americanas. O Livro Bege, documento que mede as condições econômicas americanas nos 12 distritos do Federal Reserve, publicado esta semana, indicou que há temores de uma retração econômica mais persistente nos EUA e ressaltou o “aperto” no mercado de trabalho americano e seu impacto na inflação.
Já na China, as cidades de Pequim e Xangai começaram a flexibilizar suas restrições contra a Covid-19. Adicionalmente, o governo de Xangai estabeleceu medidas de estímulo para recuperar a economia de US$ 637 bilhões da cidade. Estas medidas incluem subsídios em dinheiro para compra de carros, período de carência para pagamentos de impostos, cupons de gastos para aumentar o consumo, dentre outras. Nos dados econômicos do país, o PMI, que ficou em 47,4 em abril, subiu para 49,6, acima dos 45,5 esperados pelo mercado. As fábricas da China continuaram em retração, mas em um ritmo mais lento em maio, já que muitas das restrições mais rígidas de Covid do país começaram a ser levantadas gradualmente em algumas áreas, indicando que o pior da atual crise econômica está próximo do fim. A queda de maio foi a segunda mais acentuada desde fevereiro de 2020, sugerindo que a recuperação continua frágil. A marca do índice de 50 pontos separa o crescimento da contração em uma base mensal.
Nas commodities, o petróleo Brent chegou a atingir US$ 123 por barril, devido à promessa da Europa de cortar a maioria das importações de petróleo russo, na sanção mais dura do bloco a Moscou desde a invasão da Ucrânia há três meses. Além disso, a Opep+ anunciou a elevação da produção diária dos atuais 432 mil para 648 mil barris nos meses de julho e agosto. Mesmo assim, o mercado considera o aumento insuficiente para a demanda.
Câmbio e juros
O Dólar fechou a semana com alta de +0,92% em relação ao Real, em R$ 4,78/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 apresentou alta de +31 bps na semana, atingindo 12,45%.
Sem notícias específicas sobre a Petrobras, atribuímos a queda das ações à alta dos preços de petróleo em conjunto com a desvalorização do real frente ao dólar na semana.
Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira
Na semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 3,0 bilhões.
Fonte
Valore-Elbrus Investimentos | Modal Mais Investimentos (06.06.2022)