Por Heraldo Palmeira
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21 de novembro de 2024

Álbum da Copa feito em casa

João Teixeira/Arquivo Pessoal

Álbum da Copa feito em casa

  • Heraldo Palmeira

Houve tempo em que álbum de figurinhas era algo acessível a qualquer moleque. De alguns anos para cá, o álbum da Copa do Mundo, com os jogadores que farão a festa, virou item de alto custo para o que realmente significa.

Produzido pela editora italiana Panini desde a Copa de 1970, o álbum completo tem 70 páginas e custa R$ 548, se obtido no preço normal e no caso de o feliz comprador optar pela capa mais simples (brochura), e não ter repetida nenhuma das 670 figurinhas nos envelopes que comprar – seriam necessários 134 envelopes e uma sorte digna de Mega Sena acumulada. Ou seja, algo que não está mais ao alcance de qualquer moleque.

Por isso, o menino goiano João Gabriel, de 8 anos, filho de um feirante, não podia se dar ao luxo de gastar cerca de metade da renda familiar mensal e ter seu álbum da Copa 2022, mesmo que contasse com a sorte necessária para desembolsar apenas R$ 548. Mas não deixou por menos: desenhou ele mesmo seu próprio exemplar, mostrando-se feliz com o feito. “Ele viu na TV a reportagem sobre o álbum da Copa e seus olhinhos brilharam. Disse que queria muito ter um. Quando eu cheguei do serviço, ele disse que já tinha um. Quando fui ver, ele me explicou que fez desenhado”, contou o pai João Teixeira emocionado.

Agora, o menino está no centro dos assuntos das redes sociais em razão do esforço dos internautas para, além de dar um álbum completo de presente, ajudar a família a superar as dificuldades que enfrenta.

As figurinhas mostram jogadores das 32 seleções participantes da Copa do Mundo Catar 2022, além de estádios, bola oficial, mascote e escudos das federações.

O envelope com 5 cromos agora vendido por R$ 4 custava R$ 2 na Copa anterior, em 2018. Levando em conta o IPCA, deveria custar agora R$ 2,54. De acordo com a Panini, o valor atual é resultado de outras variantes, como a oscilação do valor da celulose no mercado internacional e o acordo com a FIFA, que determina o mesmo preço em toda a América Latina, menor do que o praticado na Europa, onde o pacote é vendido a € 1. Belo consolo!

A cada Copa do Mundo, o álbum movimenta crianças e adultos ao redor da busca pelas figurinhas, inclusive com a instalação de locais para viabilizar as trocas. Com algum esforço, dá para pensar que vira um documento para quem gosta de futebol, mesmo com os erros comuns em todas as edições, já que alguns jogadores que estão colados em suas páginas não chegam ao Mundial de referência de cada edição – cortes dos convocados ou escolhas de outros nomes pelas comissões técnicas são casos comuns. Como o álbum chegou ao mercado em 19 de agosto, meses antes de a bola rolar no Catar, fica fácil entender – no caso da Seleção Brasileira, Tite sequer anunciou a lista definitiva. A editora Panini jamais acertou a lista completa dos jogadores brasileiros que chegaram às Copas desde que lançou o álbum, no Mundial de 1970.

Saiba mais

https://www.lance.com.br/fora-de-campo/sem-dinheiro-para-figurinhas-menino-desenha-seu-proprio-album-da-copa.html

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