Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

Alzheimer no sono

Geralt/Pixabay

Alzheimer no sono

  • Heraldo Palmeira

Vem da revista científica Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association uma boa notícia para o enfrentamento da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade avançada.

Cientistas da Universidade do Colorado e da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, criaram e testaram – em 205 adultos idosos – um dispositivo que, colocado na cabeça do paciente, pode descobrir, durante o sono, sinais do Alzheimer anos antes de surgirem os primeiros sintomas clínicos da doença. O equipamento detecta padrões de ondas cerebrais relacionados à reativação da memória no período de repouso, como um rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro.

Utilizando eletroencefalografia, o dispositivo é capaz de detectar padrões de ondas cerebrais relacionados à reativação da memória enquanto a pessoa está em sono profundo. A inovação também está na metodologia, já que esse biomarcador digital é bastante acessível, pode ser utilizado em casa como uma bandana de cabeça e sem ajuda especializada. “A identificação destes biomarcadores precoces para a doença de Alzheimer em adultos assintomáticos pode ajudar os pacientes a desenvolver estratégias preventivas”, afirmaram os pesquisadores.

A expectativa é que essa novidade possa ajudar a medicina a desenvolver estratégias preventivas capazes de impedir ou amenizar o avanço da doença, bem como diminuir o impacto das sequelas. Mesmo reconhecendo que o aparelho ainda necessita de “mais pesquisas e aperfeiçoamento”, os cientistas acreditam que ele pode ser um passo importante para a adoção de wearables (dispositivos de tecnologia para vestir) – roupas, calçados e acessórios inteligentes dotados de tecnologia de ponta – como biomarcadores digitais para detecção de doenças. “Esta é uma prova de princípio de que as ondas cerebrais durante o sono podem ser transformadas num biomarcador digital, e os nossos próximos passos envolvem o aperfeiçoamento do processo”, informa o estudo.

O sono e o Alzheimer Dois estudos importantes apontam a importância do sono para a saúde do cérebro, onde fatores como duração e qualidade têm efeitos diretos na vida das pessoas.

Um deles foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Paris (França) e publicado na revista Nature. Depois de analisar 8 mil pessoas durante 25 anos, os resultados apontaram um dado impressionante naqueles entre 50 e 70 anos. Os que dormiram até 6 horas/noite registraram 30% mais de casos de demência em relação aos que tiveram 7 horas de sono.

Outro trabalho, realizado por cientistas da Universidade Harvard (EUA) envolvendo 2,8 mil indivíduos com idades a partir de 65 anos, demonstrou que uma noite de sono com tempo inferior a 5 horas piorou o impacto, dobrando o risco de déficit cognitivo.

Saiba mais

https://www.sonoticiaboa.com.br/2023/09/05/novo-dispositivo-capaz-detectar-alzheimer-sono-anos-antes

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