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Arsenal contra superbactérias
- Heraldo Palmeira
As superbactérias matam cerca de 700 mil pessoas anualmente no mundo e vão se tornando uma das maiores ameaças à saúde pública global. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, sem um combate eficiente, em 2050 esse número de óbitos anuais chegue a 10 milhões, número superior às previsões para mortes por câncer.
O uso frequente e incorreto de antibióticos vai treinando as bactérias comuns para sobreviver às fórmulas dos medicamentos prescritos pelos médicos, transformando-as nas chamadas “superbactérias”. Agora, cientistas da Universidade de Illinois, Estados Unidos, parecem ter encontrado uma possível solução para o problema, ao anunciar um novo antibiótico – desenvolvido a partir da modificação de outro já existente – que promete combater mais de 300 espécies desses micro-organismos poderosos e temidos.
Até aqui, as infecções causadas por superbactérias são difíceis de tratar em razão da solidez do seu sistema de defesa. O novo medicamento, combinado a uma molécula denominada “fabimicina”, é capaz de invadir esse sistema que impede a ação da maioria dos antibióticos.
A novidade foi recebida com esperança pela comunidade científica internacional. Além de resultados promissores no tratamento de infecções mais difíceis, mantém vivos os organismos que não causam danos à saúde – quando eliminados podem provocar outros problemas ao paciente. “A pesquisa para descobrir antibióticos eficazes está atrasada há muitos anos, então esse estudo é um grande passo na direção certa”, segundo Oladele Ogunseitan, pesquisador e CEO do Programa de Saúde Pública da Universidade da Califórnia, Irvine.
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