Por Heraldo Palmeira
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21 de novembro de 2024

KALUNGA MELLO NEVES Conversas ao léu

Ernie A. Stephens/Pixabay

Conversas ao léu

  • Kalunga Mello Neves

Meus erros sempre foram, na minha humilde opinião, acertos equivocados.

Por incrível que pareça, este pensamento tão inteligente, profundo, questionador, lírico, claro, poético e conciso, a orgulhar parentes próximos ou distantes, inimigos íntimos e amigos nem tanto, é de minha autoria. Foi feito agorinha mesmo, no limiar de um novo dia, tendo a me refrescar uma brisa que vem do mar, e uma Coca-Cola gelada.

Sei que pode dar em nada, mas vou insistir no nada até que o nada se concretize.

Este diminuto e intenso poema, que define o amor em sua forma mais desesperada, que Drummond, Vinícius e Quintana até poderiam – quem sabe? – se orgulhar de ter criado em um de seus momentos de inspiração, é de minha lavra.

Pô, quando eu penso em tudo o que você já criou e se perdeu no tempo, no que você escondeu em uma gaveta e não mostrou para ninguém, na falta de persistência que inibiu sua vontade de ir adiante, no receio de machucar o pé chutando o balde… Quando eu penso em tudo isso não posso me conformar com a falta de louca lucidez que muitos preferem adotar como norma em suas vidas. Não vamos abandonar nosso senso de ridículo, pois é ele que nos leva adiante.

“Tudo isso acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos”.

Esta frase que demonstra as vantagens que nos traz uma alienação consciente, é de um poeta que canta, de um cantor que faz as rimas da vida se tornarem mais sonoras e sensíveis. Queria que fosse minha? Sim. Mas é do Zé Geraldo, o mineiro de  Rodeiro, cuja poética cidadã está escrita em maiúsculas na nossa música popular – e ainda nos deu de presente a filha Nô Stopa, cantora e compositora com trabalho encantador.

*KALUNGA MELLO NEVES, escritor e brincante

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