Por Heraldo Palmeira
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21 de novembro de 2024

Escolas analógicas

Stefan Schweihofer/Pixabay

Escolas analógicas

  • Heraldo Palmeira

A Holanda anunciou uma medida que deverá causar grande impacto no seu sistema educacional: a partir de 1º de janeiro de 2024 estarão proibidos telefones celulares, tabletes e relógios multifuncionais (smartwatches) em salas de aula.

A medida não é uma negação ou retrocesso de um país desenvolvido em relação à tecnologia, mas uma forma de enfrentar os efeitos nocivos dos dispositivos digitais sobre a saúde mental das crianças e sua capacidade de causar distração, algo que prejudica o aprendizado.

A decisão é resultado de ampla discussão e de um acordo envolvendo o governo holandês, professores e diversas organizações da sociedade ligadas à educação. “Embora os telefones celulares estejam interligados com nossas vidas, eles não pertencem à sala de aula”, disse o ministro da Educação Robbert Dijkgraaf em comunicado oficial. “Os alunos precisam ser capazes de se concentrar e precisam ter a oportunidade de estudar bem. Os telefones celulares são uma perturbação, mostram as pesquisas científicas. Precisamos proteger os alunos contra isso”, acrescentou.

Os dispositivos continuarão liberados nos casos em que sua utilização é indispensável, como aulas de habilidades digitais, motivos médicos e para suporte a pessoas com deficiência. As escolas terão autonomia para organizar a aplicação das novas regras e o governo vai monitorar os resultados para definir eventuais ajustes na experiência.

A busca por uma escola sem dispositivos digitais não é novidade. Antes da Holanda diversos países criaram legislações a respeito do uso de equipamentos eletrônicos individuais nas escolas, com maior ou menor eficiência. É o caso de Brasil, China (“proporcionar educação saudável através da concentração”), EUA, Finlândia, França (“medida de desintoxicação”) e Itália (“um elemento de distração aos outros e uma falta de respeito em relação ao corpo docente”).

O ministro Dijkgraaf afirmou que o governo holandês poderá impor normas mais abrangentes caso o problema não seja controlado até o próximo verão do Hemisfério Norte, que terá início em junho de 2024.

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