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Frota elétrica acelera
- Heraldo Palmeira
A frota brasileira de veículos elétricos acelera e as vendas deverão avançar em todos os setores automotivos – carros, utilitários e ônibus. A expectativa do setor é entregar 46,6 mil unidades até o fim de dezembro, que representará crescimento de 33% em relação às 35 mil comercializados em 2021.
Os modelos movidos a bateria ganham força em projetos públicos e privados, já que empresas, indústrias e órgãos governamentais começam a eletrificar suas frotas para reduzir a emissão de carbono. Diversas prefeituras e gigantes empresariais como Coca-Cola, Ambev, Americanas, Volkswagen, JAC Motors, Raízen e Light terão papel importante na mudança do modal energético da mobilidade brasileira.
A indústria automotiva vem acompanhando esse movimento de mercado, produzindo e já anunciando novas gerações de veículos e baterias mais eficientes, ampliando a infraestrutura de recarga e criando projetos de geração sustentável de energia para atender a uma demanda que se anuncia crescente em todo o mundo. “Não adianta ter carro elétrico com uma bateria gerada a partir de energia fóssil. A ideia é ser sustentável do início ao fim e criar modelos que ajudem a melhorar o serviço para a população e a reduzir os custos. Em estudos que fizemos, há queda entre 50% e 60% nas despesas com manutenção e de 70% a 75% na economia de energia”, explica Carlos Eduardo de Souza, diretor da Enel X.
Algumas empresas começam a oferecer soluções completas, desde a entrega do veículo até o sistema de carregamento com geração de energia renovável, algo que deverá estar cada vez mais associado a projetos de renovação de frotas e de transportes públicos.
Apesar do potencial do mercado e de diversos projetos em andamento, a frota elétrica brasileira ainda é tímida. “Somos o quarto maior fabricante de veículos pesados do mundo e o nono maior de carros leves. Sem um plano nacional, não há coordenação. O que temos hoje são empresas privadas movidas pela necessidade de reduzir a emissão por conta da agenda sustentável e algumas cidades”, informa Adalberto Maluf, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Segundo ele, o Brasil é o único país do G-20 que não tem plano nacional de mobilidade elétrica.
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