Por Heraldo Palmeira
Los Angeles
Nova York
São Paulo
Lisboa
Londres
Fase da Lua
.
.
23 de novembro de 2024

Música, oh, divina música!

Foto: Divulgação

Música, oh, divina música!

  • Eduardo Nascimento

Relembro com carinho meu disco favorito de Bob Dylan, que meu pai, seo Elias, ouvia com muita frequência.

Gravado em 1983, Infidels marca o retorno de Bob Dylan ao mundano, depois de três álbuns dedicados ao evangelismo.

O ponto forte desse álbum é a seleção de notáveis músicos de diferentes geografias e estilos, que geraram um álbum onde praticamente todas as músicas são excelentes.

O time consistia de Mark Knopfler (escocês, líder do Dire Straits, produção e guitarra), Mick Taylor (inglês, ex-Rolling Stones, guitarra e slides), Alan Clark (inglês, do Dire Straits, teclados), Sly Dunbar (jamaicano, bateria) e Robbie Shakespeare (jamaicano, baixo). Os dois jamaicanos mundialmente conhecidos no mundo do reggae como Sly and Robbie, inseriram um tempero peculiar que casou especialmente com Mick Taylor e trouxe uma textura de Stones para Union sundown, um grande hino antiglobalização, e Neighborhood bully, uma sarcástica defesa de Israel.

Jokerman, um hino antipopulismo, é provavelmente a faixa mais conhecida e abre o disco.

Um dos segredos da beleza desse álbum é certamente a engenharia de som de Neil Dorfsman, indicação de Knopfler, e segredo da impecável qualidade de som de álbuns como Brothers in arms, da banda de Knopfler, o Dire Straits, e Brand new day, de Sting, além de muitos outros vencedores de Grammy.

Outra curiosidade, muitas faixas foram gravadas e acabaram descartadas desse álbum, mas felizmente apareceram no Bootleg series, oito anos depois. Notadamente Blind Willie McTell, hoje criticamente aclamada e que até o último corte de Dylan estava no álbum. Aproveite.

Ouça aqui

https://youtube.com/playlist?list=PLhDZGzKzalHmVqXcrfVULGDSOHXRHPfb4

©