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Namorados
- Minervino Wanderley
Por que o Dia dos Namorados é em junho, no Brasil, e em fevereiro no resto do mundo? Qual é a origem do Dia dos Namorados no Brasil?
Enquanto os Estados Unidos e a Europa comemoram o chamado Valentine’s Day (Dia de São Valentim) em 14 de fevereiro, por aqui a data do romance é celebrada em 12 de junho desde 1948. E o motivo é exclusivamente comercial.
A ideia de estabelecer a comemoração veio do publicitário João Doria, pai do empresário, jornalista e ex-governador de São Paulo, João Doria Jr. Dono da agência Standard Propaganda, ele foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que eram sempre muito fracas.
Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu outra data para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados. Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. O dia 12, por sua vez, está na véspera da celebração de Santo Antônio, que é famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.
Unindo, então, o útil ao agradável, Doria criou a primeira propaganda que instituiria a data no país. “Não é só com beijos que se prova o amor!”, dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro. “Não se esqueçam: amor com amor se paga”, afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda à época.
A data começou a “pegar” no Brasil no ano seguinte, quando mais regiões começaram a aderir – posteriormente, a comemoração tornou-se nacional. Atualmente, o Dia dos Namorados já é a terceira melhor data para o comércio no país, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.
Em 2023, espera-se que a celebração movimente R$ 23 bilhões entre presentes e festejos, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
História A origem do Valentine’s Day (Dia de São Valentim), celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao Dia dos Namorados no Brasil. A data começou a ser celebrada no século 5.
Há algumas explicações para a história, mas a mais famosa é a de que São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de morte no século 3. Segundo esse relato, o imperador Claudio II baniu os casamentos naquele século por acreditar que homens casados se tornavam soldados piores – a ideia dele era de que solteiros, sem qualquer responsabilidade familiar, poderiam render melhor no exército.
Valentim, porém, defendeu que o casamento era parte do plano de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, ele quebrou a lei e passou a organizar cerimônias em segredo. Quando o imperador descobriu, o padre foi preso e sentenciado à morte, no ano 270 d.C.
Durante o período em que ficou preso, Valentim se apaixonou pela filha de um carcereiro. No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma carta de amor à moça assinando “do seu Valentim” – o que originou a prática moderna de enviar cartões para a pessoa amada no dia 14 de fevereiro.
Foi apenas dois séculos depois que a data passou a ser efetivamente comemorada, quando o papa Gelásio I instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como um símbolo dos namorados.
A comemoração foi criada quando a Igreja transformou em festa cristã uma antiga tradição pagã – um festival romano de três dias chamado Lupercalia. O evento, ocorrido no meio de fevereiro, celebrava a fertilidade. O objetivo era marcar o início oficial da primavera.
Existem ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título de São Valentim associado a essa data. Uma delas é um bispo de uma cidade próxima a Roma – na região da atual Terni – e a outra, um mártir do norte da África. Como não se sabe muito a respeito, o padre de Roma acabou se tornando o mais conhecido entre os padroeiros dos namorados.
Fonte: MSN
*MINERVINO WANDERLEY, jornalista e blogueiro
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