Overture-Boom Supersonic/Divulgação
- Heraldo Palmeira
Os voos comerciais supersônicos encantaram o mundo nas asas do Concorde, operado de 21 de janeiro de 1976 a 24 de outubro de 2003 pelas companhias aéreas Air France e British Airways. Foram apenas 14 aeronaves fabricadas e o negócio fracassou quando os custos econômicos e ambientais ficaram insustentáveis. O supersônico russo Tupolev Tu-144 também operou – apenas 80 voos em pouco mais de um ano (a partir de 1º de novembro de 1977), mas teve carreira breve e foi aposentado precocemente depois de muitos problemas.
Agora, uma nova era aérea supersônica parece estar a caminho com a produção do Overture, uma aeronave que deverá voar numa velocidade duas vezes maior que a dos jatos convencionais em operação. Deverá ser um pouco menor, menos poluente, mais lenta e mais silenciosa que o Concorde. Embarcar não será algo barato, estima-se que o bilhete custará o equivalente a um assento de primeira classe nos voos comerciais comuns. É o preço de ganhar tempo nas alturas.
O modelo está sendo desenvolvido pela startup norte-americana Boom Supersonic, com a promessa de reduzir à metade o tempo de voo das realizados pelas aeronaves convencionais, deverá operar em mais de 600 rotas pelo mundo – São Paulo-Miami em 4 horas, Miami-Londres em 5 horas.
O novo supersônico terá 61 metros de comprimento e 32 de largura. Com voo de cruzeiro programado para uma altitude de cerca de 18 km, deverá voar a aproximadamente 1.800 km/h, com 7.867 km de autonomia e capacidade para transportar de 65 a 80 passageiros.
O voo inaugural do Overture está programado para 2026, com início da operação comercial para 2029. A carteira de vendas do fabricante já registra compras confirmadas e opções de compra das companhias aéreas American Airlines, United Airlines e Japan Airlines para 130 unidades – US$ 200 milhões cada (R$ 1,02 bilhão).
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