Por Heraldo Palmeira
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23 de novembro de 2024

FLÁVIO REZENDE O must da vida

Reprodução/Flávio Rezende

O must da vida

  • Flávio Rezende

Fazer amizades é o must da vida!

Estando numa vibe de fotografar o litoral norte do Rio Grande do Norte, em parcerias diversas, me aprochego da querida amiga Vanessa, da Pousada Genipabu, renovando carinhosa amizade e ampliando visões pró-destino.

Saindo para mais uma expedição, afastado da tradicional orla, já na praia de Santa Rita, abordo uma criança, perguntando por caranguejo. Solícito, viabiliza meu gosto pela iguaria e, ao ser servido por sua mãe, Preta, convoco Isaac, Lucas e Adrian para o banquete.

Foi uma decisão fantástica. Isaac, garoto incrível, sonhando ser bombeiro, atraiu por osmose um meio-irmão e um amigo e fundamos a Confraria da Felicidade, numa quinta-feira de sol forte e visual inigualável.

Eles nunca tinham comido caranguejo, vidas difíceis, limitadas, problemas de relações transversais, mas felizes, vibrantes, extasiados na comestaria inédita, mergulharam cheios de apetite juvenil. Fomos somando papos e experiências, como a mãe, que mais feliz que pinto em beira de cerca, dizer ser a primeira vez que servia os filhos numa mesa. Foi puro êxtase!

Antes um pouco, encontrei 2Pac, um ambulante hippie da praia que anos antes fotografei fumando diamba, em fotos históricas nas dunas de Genipabu. Foi uma festa! Aí, já sentado depois de banhos e caranguejos com os novos amigos, comecei a viajar em o quanto sou feliz com estes encontros em que firmo amizades, lembrando ter a vida toda ancorada nisso.

Hoje, muito sozinho por ter a infelicidade de não conseguir seguir no relacionamento que apostei ser o definitivo, busco a compensação nos relacionamentos deste nível, no prazer dos papos, dos abraços, dos elogios, no proporcionar dos prazeres, no servir em inúmeros patamares, encontrando em sequências maravilhosas o gozo de viver e ser feliz, uma vez que estando bem interiormente e podendo ser útil a tantos quantos possa alcançar, estarei dignificando minha passagem e justificando minha natalidade, agregando valores ao Juízo Final, esperando ser trigo e assim poder seguir bem nessa jornada ainda viva de andanças diversas.

E sentado à mesa, enquanto as crianças felizes curtiam prazeres nunca antes reais, lembrei das amizades que fui fazendo na vida. Buli, na Índia. Flavinha, em Paris. Érica e Isabel, no Rio. Dona Maurina, na Pipa. Denise, Gleyse/Zoltan, Roberto Duarte/Cristina e Soraya/Eduardo, nos EUA. Circe, no Reino Unido. Carla, Beth e Rodrigo, em Portugal. Cássio Romano, em Madri. Israela, em Fortaleza. Dudu e Deinha, em Salvador. E centenas pelo Brasil, RN e outros países. Quantas amizades, pessoas queridas, tantas interações!

Sinceramente, onde vou faço amigos, ajudo, sou ajudado numa felicidade infinita de ações para lá e para cá. Apesar de estar só, nunca estou. Sigo andando, fotografando, ajudando, cooperando, sendo a compreensão e a satisfação. Crio teias, laços, pontes e, nesses universos criativos e amorosos, existo em felicidade constante, mesmo que as vezes tenha saudades de certas coisas, desejo de novas situações. Mas, estou bem. O meu amigo Isaac está aqui, melou a cara de areia, e eu estou achando ótimo. Luz!

*FLÁVIO REZENDE, fotógrafo da vida

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