Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

O sol dos hotéis

Reprodução/Freepik

O sol dos hotéis

  • Maarten van Sluys

O Sol é uma fonte infinita de energia limpa, pronta para gerar economia e tornar o planeta um lugar mais saudável. O Brasil é pródigo em níveis médios de insolação em todas as regiões do país com vastas áreas disponíveis para a implantação de painéis solares e redes de distribuição que podem atender aos equipamentos turísticos espalhados por todos os destinos.

Nesse cenário, o investimento em energia solar para a hotelaria pode gerar até 90% de economia, além de inúmeros reflexos ambientais positivos. Trata-se de ótima notícia para quem investe em energia solar através de consórcios de fazendas solares e consumidores finais (empresas e pessoas físicas), inclusive o setor hoteleiro.

Na planilha de custos de um hotel a energia elétrica representa uma das maiores despesas operacionais, respondendo por aproximadamente 8% dos gastos mensais. O número pode ser maior por diversos fatores. Instalações mais antigas utilizam sistemas elétricos menos eficientes. O tipo de contrato de fornecimento, baseado em consumo ou demanda contratada. Qualidade da instalação do cabeamento interno e dos quadros de distribuição. Nível de manutenção preventiva que evita fugas energéticas – testes de termografia e substituição de equipamentos por outros que geram menor consumo. Quantidade de equipamentos de grande consumo instalados – aquecimento e bombeamento de piscinas, elevadores (grandes vilões do consumo), refrigeração, equipamentos de cozinha e iluminação.

Lidar com os permanentes aumentos de preços do quilowatt-hora (kWh), via de regra acima da inflação oficial, provocados por períodos anormais de seca causados pelo notório desequilíbrio climático que vivemos no planeta, torna-se um desafio que estimula a necessidade de a hotelaria considerar a adoção de sistemas alternativos de suprimento de energia elétrica.

Talvez pela popularização, os sistemas fotovoltaicos estão ganhando terreno e em alguns hotéis econômicos já se contabiliza uma economia de até 90% nos gastos com a conta de luz, assegurando qualidade e energia limpa que também proporcionam reputação positiva ao empreendimento.

Para que os níveis de eficiência sejam mantidos, os painéis solares e inversores devem ser permanentemente revisados e limpos. Uma manutenção de baixo investimento e que garante via útil de no mínimo 25 anos ao sistema sem troca de componentes importantes. Com essas providências transformadas em rotina, é possível alcançar um payback (retorno do investimento realizado na compra e instalação do sistema) médio de 3 anos e meio, o que torna sua adoção extremamente viável na maioria dos casos.

Quando o hotel tem limitações de espaço para painéis ou áreas de muito sombreamento, a notícia boa é que, com o avanço da tecnologia no setor, existem soluções técnicas para contornar essas dificuldades. Muitas empresas especializadas oferecem soluções de autoconsumo remoto, geração compartilhada em usinas próprias e equipamentos que otimizam o uso da energia captada no período de insolação.

As novas tecnologias permitem que os hotéis se tornem “prosumidores”, neologismo que define o consumidor consciente que, além de produzir, também gerencia e pode comercializar a energia excedente que venha a ser gerada.

Para aproveitar com mais eficiência os sistemas antigos que permanecem instalados, os hotéis podem utilizar seus geradores movidos a combustíveis fósseis em períodos de maior demanda ou nos horários em que a energia elétrica é mais cara.

Números Levantamento divulgado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mostra que a matriz energética solar já produz no Brasil o equivalente a 70% da energia gerada por Itaipu Binacional. Como a usina é responsável por 8,6% de toda a energia fornecida ao país, vemos que a energia solar já representa 6,02% da energia produzida aqui e o futuro dessa matriz aponta para um cenário mais do que promissor.

*MAARTEN VAN SLUYS, consultor em hotelaria

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