Singapore/Divulgação
Primeira classe voando menos
- Heraldo Palmeira
A primeira classe das cabines dos aviões sempre povoou os sonhos dos viajantes aéreos. Elas começaram a surgir em fins da década de 1950 e, com o passar do tempo, o céu foi se tornando literalmente o limite para oferecer luxo e sofisticação acessíveis apenas aos muito ricos. A maioria dos mortais segue “viajando” somente nos enredos de livros e filmes ou reportagens de revistas, jornais e TV que mostram esses ambientes exclusivíssimos.
A nova realidade econômica mundial tornou a oferta de primeira classe cada vez mais rara, limitada a algumas rotas. Segundo as companhias aéreas, o nível de ocupação gira em torno de 50% dos assentos e a redução está diretamente ligada à baixa demanda. O Brasil tem poucas opções, disponíveis somente em companhias internacionais. É o caso da Emirates, que oferece 14 poltronas (denominadas Suítes) na Rota São Paulo-Dubai. Esse número maior de assentos é compreensível, já que o avião utilizado na rota é o gigantesco Airbus A380.
A Air France, companhia associada ao luxo em razão de sua associação natural com Paris, mantém sua primeira classe denominada La Première com apenas quatro assentos por voo. E ela só está disponível em menos de 20% dos aviões da frota destinados às rotas de longa distância.
Claro que é uma viagem de sonho, cujos mimos são mesmo de tirar o fôlego. Serviços ultraexclusivos como traslados em automóveis Mercedez-Benz – na ida e na volta dos aeroportos e, em alguns casos, até à porta da aeronave –, salas VIP com tratamentos de beleza para aguardar o voo, embarque prioritário, cardápio assinado por chefs com estrelas Michelin, carta de bebidas com rótulos de primeira linha, assento de couro com inclinação de 180º que vira cama de enorme conforto, cabine fechada inclusive para casal – juntando dois assentos –, banheiro com piso aquecido e ducha, cosméticos de marcas famosas, travesseiros de plumas, pijamas de algodão com tecnologia que mantém a pele hidratada, lençóis especiais e guarda-roupa individual com cabides.
Não se assuste se o caviar for servido com colher de madrepérola. É apenas (mais) um requinte para preservar o sabor da iguaria – provavelmente, será Beluga, Ossetra ou Sevruga. Claro que o champanhe parceiro estará à altura.
Voar em alto luxo do Brasil é uma brincadeira que começa em R$ 50 mil para a Europa, R$ 60 mil para os EUA e R$ 80 mil para o Oriente Médio. Pode respirar com alívio, esses valores são para o bilhete ida e volta. Boa viagem!
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