Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

KALUNGA MELLO NEVES Turquia e Velho Oeste

Geralt/Gerd Altmann/Pixabay

Turquia e Velho Oeste

  • Kalunga Mello Neves

Ah, as séries turcas! Estou cada vez mais dependente das séries turcas. Apesar de longas e óbvias, os atores são ótimos. Muita gente bonita atuando em locações de tirar o fôlego, em Istambul e outros pontos encantadores do interior. E não têm palavrões nem cenas de sexo desnecessárias. Tudo apoiado em bons roteiros que garantem a diversão.

Não costumam abordar questões políticas. Mantêm o foco em questões cotidianas de comportamento, tensões familiares, amores mal resolvidos, a eterna disputa entre o bem e o mal… A fórmula é quase sempre certeira para conquistar o telespectador.

Na sequência de preferências, as séries que me atraem são as espanholas, colombianas e mexicanas. Os dramalhões jamais sairão de moda. Você quando se dá conta está torcendo para o vilão, como acontecia nas velhas matinês de cinema da nossa adolescência.

Às segundas-feiras, próximo da meia-noite, nos Telecines da vida a gente encontra um faroeste, e o sono que segure as pontas um pouquinho. Nossos “velhos amigos” John Wayne, Randolph Scott, Robert Taylor, Kirk Douglas, Jack Palance, Burt Lancaster, Clint Eastwood, Charles Bronson, Lee Van Cleef, James Coburn, Robert Mitchum, Glenn Ford, Franco Nero, Ernest Borgnine, Giuliano Gemma, Terence Hill, Bud Spencer sacodem o Velho Oeste de arma em punho. Invadem o saloon e o que se vê de início é aquele silêncio que nem mosca ousa quebrar. Até que, não mais que de repente, é bala para todo lado, garrafas explodindo em estilhaços e facínoras em fuga desesperada em seus cavalos na poeira da estrada.

Das paisagens idílicas da Turquia ao solo árido do Velho Oeste a indústria do entretenimento abriu seu leque, ampliando a oferta de produtos para todos os gostos. A TV aberta, que já foi hegemônica, está sendo obrigada a se reinventar para manter seu espaço no mercado. A segmentação nos trouxe as TVs fechadas (por assinatura) e, passo seguinte, os serviços de streaming cada vez mais recheados de grandes produções. O que começou com um perfil de locadora de vídeo digital detonou o mercado das locadoras físicas, cresceu exponencialmente e estabeleceu séria concorrência à outrora dominante indústria cinematográfica de Hollywood.

Com os avanços tecnológicos e a popularização da internet, as ofertas foram se tornando múltiplas, acessíveis e destinadas a atender uma sociedade cada vez mais plural. Há produtos e serviços para todas as pessoas e seus gostos diversificados. Nada mais democrático, principalmente quando a gente lembra que o controle remoto ou um simples clique representam o poder de quem decide.

*KALUNGA MELLO NEVES, escritor e brincante

 

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