Por Heraldo Palmeira
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7 de novembro de 2024

Vangelis foi tocar nas estrelas

Foto: Georges Bendrihem/AFP (Redes sociais)

Vangelis foi tocar nas estrelas

  • Heraldo Palmeira

O compositor e músico grego Vangelis morreu em Paris, aos 79 anos, na terça- feira (17). Seu nome de batismo era quase um quebra língua: Evángelos Odysséas Papathanassiou. Ficou mundialmente famoso ao longo de quase seis décadas de trabalho, mas parece que foi ontem sua chegada à cena pop mundial com seus sons eletrônicos que pareciam associados ao espaço sideral.

Seus sintetizadores encheram os ouvidos do planeta com músicas que marcaram a vida de gerações, inclusive transportadas pelas trilhas sonoras que ele compôs para filmes como Opera sauvage (1979), Carruagens de fogo (1981), premiada com o Oscar, Desaparecido: Um grande mistério (1982), Blade Runner: O caçador de androides (1982) – um dos filmes mais emblemáticos de todos os tempos –, Rebelião em alto-mar (1984), 1492: A conquista do paraíso (1992) e Alexandre (2004). Também teve músicas incluídas da série televisiva Cosmos, em documentários de Jacques Costeau e utilizadas pela NASA como tema de missões a Marte.

Sua primeira aventura musical deu-se como um dos fundadores da banda grega de rock progressivo Aphrodite’s Child, na segunda metade dos anos 1960, que também contava como o cantor Demis Roussos e o baterista Loukas Sideras. Depois de dificuldades para se estabelecer na cena musical inglesa, o grupo rumou para Paris e assinou contrato com o braço francês da gravadora Mercury Records, em 1967. Mesmo com o fim da banda, em 1972, os quatro músicos mantiveram constante colaboração em suas carreiras individuais e a Cidade Luz como referência territorial em suas vidas pessoais.

Depois do sucesso inicial na cena do rock progressivo europeu dos anos 1970, Vangelis sentiu desconforto com a pressão comercial da indústria da música e recolheu-se em Londres, onde assinou contrato com a gravadora RCA e passou a trabalhar no Nemo Studios, que montou na capital inglesa. É desse período a criação do projeto Jon & Vangelis, em dupla com o vocalista inglês Jon Anderson, do grupo Yes, que se manteve ativa de 1979 a 1991 produzindo diversos êxitos como a música Deborah, homenagem à filha de Anderson.

Reza a lenda que os dois se encontraram num concerto de rock progressivo em 1970 e desenvolveram amizade. Em 1974, Vangelis estava cotado para substituir Rick Wakeman nos teclados do Yes. O convite foi recusado e o substituto terminou sendo o músico suíço Patrick Moraz – apaixonado pela música brasileira, tocou na gravação original da música Avôhai, de Zé Ramalho.

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